Pandemia causa quebras na mobilidade, com prejuízo nos cofres das instituições no caso dos alunos internacionais
No último ano letivo, as instituições de ensino superior portuguesas voltaram a registar um recorde no número de alunos estrangeiros que escolheram o nosso país para tirar uma licenciatura, mestrado ou doutoramento (mobilidade de grau). De acordo com a Direção-Geral do Ensino Superior, foram 44 mil, representando um aumento de 23% face a 2018/19. A estes juntam-se quase 16.700 que estão em programas de intercâmbio, como o Erasmus, e que passam, na maioria dos casos, apenas um semestre numa universidade ou politécnico português. Mas esta trajetória ascendente, com toda a probabilidade, será interrompida este ano letivo, devido à pandemia que tem fechado fronteiras e condicionado a circulação.
As maiores quebras reportadas pelas faculdades dizem respeito a alunos de Erasmus, com mais impacto na vida do campus, com a diminuição da presença de estrangeiros, do que propriamente a uma redução de receitas. Já no caso dos estudantes em mobilidade de grau, muitos deles a pagar propinas mais altas do que os cidadãos nacionais ou a frequentar mestrados onde os valores praticados são consideráveis, o prejuízo atinge diretamente o cofre das instituições. Ainda assim, e de acordo com os dados recolhidos pelo Expresso, a quebra é mais significativa entre o primeiro grupo. Dados parciais da Agência Nacional Erasmus+ dão conta de uma redução de 39% na chegada de alunos a Portugal: 5200 em setembro deste ano contra 8480 em igual mês do ano passado.
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