Porto terá duas pontes lançadas entre o Natal e Ano Novo

Concurso da sétima ponte do Douro vai ser lançado no fim do ano. A oitava, destinada ao metro, vai a concurso em janeiro
Concurso da sétima ponte do Douro vai ser lançado no fim do ano. A oitava, destinada ao metro, vai a concurso em janeiro
Jornalista
Após dois anos de avanços e recuos, os autarcas de Porto e de Gaia têm a expectativa de que o concurso público da Ponte D. António Francisco dos Santos seja lançado até ao final deste ano. Anunciada em abril de 2018, a sétima travessia do Douro derrapou no tempo e inflacionou no valor “por culpa da tralha burocrática que atrofia a contratualização pública”. O veredicto é do presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, que espera que o mesmo não se repita com a oitava ponte, anunciada pelo ministro do Ambiente, Matos Fernandes, destinada à passagem da segunda linha de metro, a construir entre a Ponte D. Luiz I e a Ponte da Arrábida.
De acordo com Matos Fernandes, o concurso público internacional do projeto que colheu de surpresa Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, será lançado em janeiro. Esta ponte atrairá “os melhores engenheiros do mundo”, por ficar junto à frente de rio Douro, património da UNESCO. A infraestrutura, ainda sem nome nem orçamento, é um dos projetos do Programa Nacional de Investimentos, que prevê novas linhas de metro no Grande Porto, entre as quais a que ligará a Casa da Música, via Campo Alegre, à estação de comboio das Devesa e a Santo Ovídio.
Questionado sobre qual das pontes nascerá primeiro, Eduardo Vítor Rodrigues não duvida que a Ponte D. António, rodoviária, a construir entre Campanhã e Oliveira do Douro, avançará “uns bons metros à frente”. Esta é também a expectativa da Câmara do Porto, dado que o projeto se encontra no Instituto da Construção da Faculdade de Engenharia do Porto, responsável pelo “programa do concurso de conceção/construção”.
“O que se pretende é um concurso único, em vez de um de arquitetura e outro de engenharia. Ganha-se tempo e poupa-se dinheiro”, diz Vítor Rodrigues, que lembra que em Portugal mais de 30% dos fundos comunitários ficam por executar devido à burocracia. Apesar do parecer favorável, o Tribunal de Contas pôs “reticências ao modelo dois em um”, razão pela qual o autarca defende ser mais prudente “ir a jogo após uma alteração legislativa, a aprovar em breve”.
A ponte batizada com o nome do falecido bispo do Porto foi estimada em €12 milhões, a pagar pelos dois municípios, sem contar com a rede viária das margens. O custo ascende agora a €29 milhões, depois de a Agência Portuguesa do Ambiente ter determinado que a ponte teria de ser construída a uma cota superior à do tabuleiro inferior da Ponte D. Luiz, “por causa das cheias”. Cenário diluviano criticado pelos autarcas.
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