Os animais que se encontravam no abrigo que ardeu sábado em Santo Tirso, na sequência de um fogo que deflagrou perto da região, já foram retirados das instalações. Ainda assim, cerca de 50 morreram no incêndio.
A população mobilizou-se para o fazer, mesmo depois de, numa primeira fase, ter sido negada a entrada no terreno por parte da GNR, que alegou tratar-se de “propriedade privada” e de não haver “urgência” nisso, porque a “situação já estava a ser tratada pelas entidades competentes”.
A Associação Portuguesa de Busca e Salvamento é uma das que se deslocaram para no local e, em declarações este domingo à tarde à RTP, afirmou que estavam “bastantes animais” no abrigo e que “muitos deles foram levados para clínicas e hospitais veterinários” para receber cuidados. Muitas pessoas também se disponibilizaram para ficar com os animais.
De acordo com a associação, os animais viviam em “condições muito degradantes, desumanas”, no interior do abrigo. “Ando há oito anos nisto e nunca vi uma coisa assim tão má”, disse o responsável da associação que prestou declarações ao canal televisivo.
Além da “subnutrição”, muitos dos animais ficaram com sequelas por não ter sido possível acudi-los assim que o fogo chegou ao abrigo. “A autorização de entrada demorou muito tempo. A proprietária sempre negou a nossa entrada nas instalações. Tivemos de aguardar pela autorização da GNR.”
E, quando finalmente entraram no terreno, na tarde desde domingo, confrontaram-se com uma “tragédia”. “Não há palavras para descrever o cenário encontrado.”
O abrigo foi afetado pelo fogo que deflagrou numa zona florestal da Freguesia de Sobrado, Valongo, e que se propagou para a freguesia de Agrela, Santo Tirso. Vários populares tentaram entrar logo no terreno para retirar os animais que sobreviveram às chamas, mas foram impedidos inicialmente pela GNR.
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