Em vésperas de mais uma conferência das Nações Unidas dedicada às alterações climáticas (COP25), a atenção volta a focar-se nos decisores políticos mundiais que se vão reunir em Madrid, entre 2 e 13 de dezembro. “We are watching you” [Estamos de olhos em vocês], avisou a jovem ativista sueca Greta Thunberg há dois meses na cimeira do clima de Nova Iorque. O relógio está em contagem decrescente para salvar o planeta.
A catástrofe continua a parecer inevitável e poucos acreditam que haja verdadeira vontade política de passar das palavras às ações concretas, de modo a travar a derrapagem ascendente de emissões de gases de efeito de estufa até 2030 e limitar a subida média global da temperatura a não mais de 1,5°C até ao fim do século, como recomendam os cientistas. Porém, as decisões políticas continuam a marcar passo. Apenas 60 (entre os quais Portugal) dos 195 países signatários do Acordo de Paris estão a executar planos para começar a reduzir as emissões antes de 2030.
Em cima da mesa da COP25 estão sobretudo três temas para serem acertados: o aumento da redução das emissões de gases de efeito de estufa com novas metas ambiciosas por parte de cada país definidas até 2020 e a forma de as medir e verificar; as regras de funcionamento do mercado de carbono; e a operacionalização dos mecanismos que permitem recuperar as perdas e danos nos países mais afetados pelos desastres climáticos. Contudo, “há uma perigosa falta de ambição climática e os governos fracassam na ligação entre justiça social, económica e climática, colocando o interesse dos poluidores e das empresas ricas acima das pessoas que sofrem”, afirma Francisco Ferreira, presidente da associação Zero.
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