Envelhecimento. “A dignidade não tem limite de idade”
Projetos Expresso. Prémios BPI “la Caixa” Seniores entregues esta tarde, no CCB, distinguiram 27 instituições portuguesas com um valor total de 750 mil euros
Projetos Expresso. Prémios BPI “la Caixa” Seniores entregues esta tarde, no CCB, distinguiram 27 instituições portuguesas com um valor total de 750 mil euros
André Rito
A Associação de Solidariedade Social de Ponte de Sôr promove o envelhecimento ativo através da dança. A candidatura aos Prémios BPI “la Caixa” Seniores, cuja cerimónia de entrega decorreu esta tarde, no CCB, em Lisboa - tinha como objetivo equipar o espaço para sessões de fisioterapia e apostar na convivência social, reduzindo os custos com a saúde.
A associação foi uma das 27 instituições que viram o seu trabalho reconhecido, com a atribuição de um valor monetário de €23 mil. Ao todo foram entregues €750 mil no âmbito dos Prémios BPI “la Caixa” Seniores - aos quais o Expresso se associa - cuja missão é apoiar uma das faixas etárias mais vulneráveis da sociedade portuguesa.
“Os idosos, os velhos como diziam antigamente, são a condição em que mais se pensa quando falamos de solidariedade, estado social, filantropia. Muitos destes seniores acumulam a sua condição com a doença, inatividade, solidão”, começou por dizer o sociólogo António Barreto, presidente do júri que distinguiu os 27 premiados, tudo instituições que desenvolvem trabalho junto da terceira idade.
Socialmente desfavorecidos, vítimas de um país pouco preparado para cuidar dos seus ‘velhos’, aos idosos muitas vezes resta o apoio e solidariedade de quem nada pede em troca. Instituições que combatem o isolamento em contexto rural e urbano, que promovem o envelhecimento ativo, dinamizam encontros intergeracionais, promovem serviços aos idosos que estão em suas casas, que apostam na prevenção na saúde.
“Estamos muito gratos por terem concorrido, mas sobretudo por aquilo que fazem numa sociedade tão desigual como a nossa”, disse o presidente honorário do BPI, Artur Santos Silva, enaltecendo o “sentido de cidadania” das instituições concorrentes. “A nossa obrigação é proporcionar melhores condições naquilo que fazem todos os dias, com tanto empenho e dedicação aos outros.”
“É frequente ouvir dizer que o envelhecimento é um problema. Eu acho que é um progresso da humanidade, da sociedade, da cultura. O problema será da baixa natalidade, não do envelhecimento. A idade avançada é um sério problema porque não estamos preparados, as ruas não estão preparadas, as empresas, os edifíos públicos não estão adequados às necessidades de mobilidade e força física dos idosos”, afirmou António Barreto, lembrando um ensaio de Vitorino Nemésio intitulado “Limite de Idade”.
“Já pensaram que idade tem um limite, uma espécie de morte antecipada? Se alguma coisa nos encoraja neste prémios é a ideia do envelhecimento ativo e saber que, para a dignidade, a idade não tem limites.”
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