Para ler o perfil de Ricardo Araújo Pereirã, por Pedro Boucherie Mendes, de Marques Mendes, por Ricardo Costa, de Leonor Beleza, por Aníbal Cavaco Silva, e, entre muitos outros, de Cristina Ferreira, por Daniel Oliveira:
"No instante em que ouviu a voz do Presidente da República a felicitá-la no dia da estreia do seu programa na SIC, Cristina Ferreira voltou a ser aquela menina nascida numa pequena vila portuguesa que então vivia sentada em cima da certeza alada de querer transpor a serra da sua condição inicial. O facto de ainda hoje lá voltar todos os dias diz muito sobre a necessidade constante de querer ser, no essencial, o que sempre foi. Rendida ao essencial, Cristina, filha única, fez do televisor o seu brinquedo e consumiu, desde a infância, milhares de horas de televisão. Viu tudo o que havia para ver, primeiro nos canais públicos e sobretudo com o aparecimento das privadas na alvorada dos anos 90. Foi durante anos espectadora. E continua a ser. Antes de ser ela e o público, é ela perante ela sendo também público. Para isso contribuiu, com certeza, a sua vivência no seio de uma família de comerciantes, que lhe semeou o saber do que se faz o gosto popular e a arte de saber cativar entre a multidão. Mesmo quando está a fazer televisão, Cristina está sempre do lado de quem vê. Formatou-se, naturalmente, para pensar e agir com o olhar de quem está a assistir televisão.
Na comunicação de Cristina Ferreira tudo fala. Não só as palavras. Tudo. Mãos, olhos, passos, sorriso. Tudo. Se o carisma é essa espécie de aura codificada que só alguns têm e pode explicar parte do seu sucesso, não chega, porém, para justificar tudo o que alcançou enquanto comunicadora. Cristina domina toda a técnica televisiva, que é muito mais do que ter eloquência ou simpatia. Além de ser uma trabalhadora dedicada, com uma alegria juvenil a fazer tudo o que faz, Cristina Ferreira não entra num estúdio sem saber o que quer fazer, mesmo que às vezes subverta, com eficácia, toda a lógica — e o alinhamento — de um programa. Tem uma intuição inteligente, peneirada e depurada pelo que assistiu e pelo que fez, somada a uma sensibilidade para mudar instantaneamente de registo, de perceber o tempo certo de levantar o tom ou de o baixar a ponto de captar toda a atenção da audiência, que se queda em silêncio com ela."
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