Sociedade

Norueguesa morre de raiva depois de apanhar cachorro na rua e tratar dele

Norueguesa morre de raiva depois de apanhar cachorro na rua e tratar dele
Sean Gallup/Getty Images

No país de Brigitte, não havia casos de raiva há mais de 200 anos. A demora em compreender o que se passava foi fatal

Luís M. Faria

Jornalista

Uma norueguesa morreu depois de ter contraído raiva com um cachorro que apanhou na rua durante umas férias nas Filipinas. Birgitte Kallestad, de 24 anos, ia a passear de mota com umas amigas quando reparou no animal à beira da estrada. Vendo-o em mau estado, pegou nele e levou-o para o resort onde estava instalada. Lavou-o, tratou-o e brincou com ele.

Durante as brincadeiras, como é habitual, o animal dava-lhe dentadinhas e arranhava-a de vez em quando, mas Kallestad não ligou. Como a vacina contra a raiva não constava do programa de vacinação recomendado aos turistas, não pensou que isso pudesse ser um problema.

Quando voltou para o seu país, porém, começou a sentir-se mal e foi várias vezes ao hospital, embora também aí não lhe tenha ocorrido que pudesse estar em perigo de vida. A raiva, que tem um período de incubação entre 20 e 60 dias, é uma infeção que ataca o sistema nervoso e o cérebro, sendo mortal quando não é tratada.

Tipicamente, os primeiros sintomas incluem dores de cabeça e febre, mas a seguir vêm outros mais graves. Kallestad trabalhava num hospital, mas nem ela nem os colegas se aperceberam até ser demasiado tarde. Esta semana, a notícia da sua morte foi um choque, para mais tendo acontecido num país onde não existiam casos de raiva há mais de 200 anos..

A família recorda que Kallestad adorava animais e tem esperança de que algo positivo possa resultar da tragédia. Através de um porta-voz, disseram: "O nosso medo é que isto aconteça a outros com um coração quente como o dela. Queremos que esta vacina seja incluída no programa para os países onde existe raiva e que as pessoas fiquem conscientes dos riscos".

Considerando as dezenas de milhares de pessoas que ainda contraem raiva em países africanos e asiáticos e na América Latina, é um objetivo ambicioso. "Se conseguirmos isso, a morte do nosso raio de sol pode salvar outras pessoas", concluem.

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