Sociedade

Maddie. PJ verifica informação recebida pela Scotland Yard

Maddie. PJ verifica informação recebida pela Scotland Yard
foto Jeff J Mitchell/Getty

PGR confirma ao Expresso que o inquérito do caso Madeleine McCann se encontra em curso e "com linhas de investigação ativas". Já a PJ avança que esta investigação tem sido desenvolvida em articulação com autoridades internacionais

Maddie. PJ verifica informação recebida pela Scotland Yard

Hugo Franco

Jornalista

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Micael Pereira

Grande repórter

Maddie. PJ verifica informação recebida pela Scotland Yard

Rui Gustavo

Jornalista

A Polícia Judiciária está a seguir uma informação recebida no Reino Unido pela Scotland Yard e enviada recentemente para Portugal relativamente ao caso de Madeleine McCann, apurou o Expresso junto de fonte judicial.

De acordo com a mesma fonte, trata-se de uma denúncia feita sobre um estrangeiro que se encontrava em Portugal em maio de 2007, data do desaparecimento da menina inglesa do complexo turístico da praia da Luz, no Algarve.

O suspeito não é um desconhecido da polícia portuguesa. Na altura, a Judiciária chegou a investigá-lo por suspeitas de envolvimento em casos de pedofilia mas agora à luz desta informação proveniente de Londres os investigadores estão a aprofundar o caso. "Esta é uma linha de investigação que se mantém aberta. Tal como outras", explica a mesma fonte.

O Expresso sabe que a PJ tem verificado todas as informações que recebe do estrangeiro uma vez que é o único órgão de polícia criminal com competência para investigar o caso em território nacional. Os inspetores têm também ouvido várias testemunhas.

A Procuradoria-Geral da República confirmou esta sexta-feira ao Expresso que o caso Madeleine McCann se encontra em curso e "com linhas de investigação ativas". O inquérito está a cargo da secção de Portimão do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Faro.

Ao final da manhã, a PJ enviou um comunicado às redações sobre o caso. "A investigação sobre o desaparecimento de uma criança inglesa, ocorrido na praia da Luz, em 2007, contínua em aberto, no âmbito de Inquérito tutelado pelo Ministério Público de Portimão."

Ainda de acordo com a Judiciária, esta investigação tem sido desenvolvida em articulação com autoridades internacionais, "obedecendo às regras de cooperação judiciária e policial, que as circunstâncias da situação justificam".

A Polícia Judiciária acrescenta que "no interesse da investigação, não considera oportuna a prestação de esclarecimentos adicionais".

Documentário da Netflix

A Netflix estreou em março uma série documental de oito episódios sobre a investigação ao caso. No último episódio é referido como um dos suspeitos do caso um predador sexual que andaria a fazer vítimas no Algarve quando Madeleine McCann desapareceu.

De acordo com declarações do inspector-chefe Andy Redwood, que chefiou a partir de certa altura a Operação Grange, a investigação do caso montada pelas autoridades britânicas, esse agressor "tinha a pele escura, bronzeada, cabelo curto, preto e descuidado”, sendo que falava com as crianças “principalmente em inglês”.

Entrevistado para o documentário da Netflix, Anthony Summers, autor do livro "Looking for Madeleine", explicou que esse predador era suspeito de estar ligado a quase 30 situações com crianças no Algarve: "Um elemento surpreendente é o grande número de casos em que houve indícios de que um predador sexual tinha estado activo na zona da Praia da Luz, a menos de 40 milhas de onde Madeleine McCann desapareceu. A polícia britânica descobriu que houve nada menos do que 28 casos e que o predador sexual tinha entrado em casas que eram propriedade ou eram alugadas por turistas britânicos. Num caso com que nos deparámos, os pais das crianças estavam a dormir no quarto deles, com a porta fechada, e as suas duas filhas, uma de 11 anos e outra de 7 anos, estavam a dormir no quarto ao lado. Ele entrou e deitou-se na cama da criança mais nova. Pelo que as meninas contaram depois aos pais, o homem entrou no quarto com uma espécie de máscara médica. A criança terá dito: "És tu, papá? Ele falava inglês e disse ‘sim', mas com um sotaque estrangeiro”.

O Expresso confrontou a equipa da Operação Grange em Londres e a Polícia Judiciária em Portugal sobre estes indícios explorados no documentário, mas em ambos os casos a resposta foi de que não era oportuno prestar quaisquer informações nesta altura.

Esta sexta-feira, o "Correio da Manhã" noticia que o Ministério Público confirma que o inquérito ao caso conta "com linhas de investigação ativas".

A menina inglesa foi dada como desaparecida na noite de 3 de maio de 2007 de um apartamento na praia da Luz onde se encontrava de férias com os pais e dois irmãos. Se estiver viva terá hoje 15 anos.

Os pais chegaram a ser constituídos arguidos no início do caso mas as linhas de investigação seguiram outras direções. As teses de rapto ou de um assalto que correu mal surgem como prováveis entre investigadores da PJ e da Scotland Yard.

No Reino Unido, a Operação Grange, que teve início em 2013, já teve gastos de 11,75 milhões de libras (cerca de 13,6 milhões de euros). De acordo com o jornal "The Telegraph", em novembro o Home Office garantiu mais 150 mil libras (cerca de 175 mil euros) aos investigadores britânicos.

Os pais chegaram a ser constituídos arguidos no início do caso mas as linhas de investigação seguiram outras direções. As teses de rapto ou de um assalto que correu mal surgem como prováveis entre investigadores da PJ e da Scotland Yard.

No Reino Unido, a Operação Grange, que teve início em 2013, já teve gastos de 11,75 milhões de libras (cerca de 13,6 milhões de euros). De acordo com o The Telegraph, em novembro foram garantidas aos investigadores pelo Home Office mais 150 mil libras (cerca de 175 mil euros).

Texto atualizado às 13h00 com a informação da PGR e da PJ

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: HFranco@expresso.impresa.pt

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