Ranking alternativo: as escolas onde os alunos se tornam melhores

Ranking alternativo do Ministério da Educação lista as escolas onde os alunos mais melhoram e põe à vista o que as médias não mostram
Ranking alternativo do Ministério da Educação lista as escolas onde os alunos mais melhoram e põe à vista o que as médias não mostram
Jornalista
Se os rankings das escolas se baseassem só nas médias dos exames, a Secundária Miguel Torga, em Sabrosa, Vila Real, passaria despercebida. Está entre as escolas públicas com as notas mais baixas, fazendo parte dos 31% que têm média negativa. Só que no indicador criado no ano passado pelo Ministério da Educação (ME) que mede o sucesso dos alunos consoante o seu percurso no secundário e distingue as escolas que mais melhoraram o percurso dos alunos, a secundária surge acima de alguns dos melhores colégios privados do país.
Designado pelo Ministério como ‘percurso direto de sucesso’, este indicador mede o nível dos alunos à entrada e saída do secundário, contabilizando quantos é que chegam ao fim sem terem chumbado no 10º e 11º e com positiva nos exames de 12º. Depois compara-os com os percursos de alunos de todo o país com um perfil semelhante, o que permite uma leitura mais justa e equilibrada, comparando o que pode ser comparável. Este ranking alternativo consegue assim destacar escolas que, mesmo com notas baixas, empurraram os alunos para melhores resultados.
“Sabrosa é uma zona relativamente pobre e muitos dos nossos alunos não têm sucesso porque têm debilidades, sejam familiares, financeiras ou outras. Temos alunos que se perdem ‘entre os pingos da chuva’”, aponta Adelino Tomé, diretor do agrupamento Miguel Torga. “Ter uma estrutura atenta permite perceber o que se passa com cada aluno e conseguir agarrá-lo. Isso até pode não se traduzir em notas muito boas, mas numa melhoria. Sei que nos falta chegar aos resultados positivos, mas temos chegado ao resto.”
A média final dos exames na escola foi de 8,95 valores. Mas no ranking alternativo a secundária Miguel Torga fica ao nível do Colégio Luso-Francês, ligeiramente abaixo do Externato Ribadouro, ambos no Porto, e acima dos Salesianos de Lisboa, St. Peter’s School, em Palmela, São João de Brito ou Manuel Bernardes, em Lisboa. Numa escola onde 44% dos alunos têm carências económicas e apoio da ação social escolar, uma das maiores conquistas foi conseguir contratar mais um psicólogo e um assistente social, diz o diretor, sublinhando o apoio financeiro da autarquia de Sabrosa, no âmbito de um projeto de aposta no sucesso escolar. “Saber o contexto familiar de um aluno permite-nos articular as suas necessidades.”
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