45 ideias luminosas
O Natal está quase aí, mas ainda tem tempo para ler estas páginas e ganhar inspiração para as prendas
O Natal está quase aí, mas ainda tem tempo para ler estas páginas e ganhar inspiração para as prendas
Jornalista
Coordenador digital
Dar é, provavelmente, o verbo mais conjugado em dezembro. Este gesto pode adquirir várias formas. Pode ser um gesto pequeno e valioso ou uma atitude grande e simbólica; pode ser uma lembrança feita por mãos antigas ou um presente moderno, construído numa linha de montagem; pode ser um bem-vindo da comunidade em que habitamos ou ser um objeto universal.
E é a atitude de dar que simboliza o espírito de Natal. É a altura do ano em que mais se consome, é verdade, mas é também aquela época em que as pessoas se colocam em segundo plano, precisamente, para dar. Nesta ocasião, são muitos os que deixam de comprar para si para adquirir algo para os que lhes são mais próximos (e amados). Dispensando minutos, horas e dias à procura do presente ideal.
É hora, por isso, de pegar na bússola para não se perder durante esta época. Há um enorme número de artigos para escolher. E como todas as ajudas contam, fomos ver as montras, conhecer o trabalho dos designers e das marcas nacionais e internacionais. Deixamos aqui algumas ideias (acreditamos que luminosas) para ajudar a elaborar a lista de compras.
Comecemos pelas mulheres. Elas não são todas iguais. Não gostam todas de andar de saltos altos e de se maquilharem, nem todas sentem que os diamantes são os seus melhores amigos. Mas as que são assim podem gostar de um perfume em forma de sapato stiletto, de um clássico anel com uma pérola, de um casaco de pelo (uma das grandes tendências da estação). As mulheres também são práticas e desportistas, e gostam de andar confortáveis, sem medo de enfiar um salto na calçada portuguesa. Para essas, o melhor é oferecer umas calças de veludo, um conjunto de roupa para treinar ou um chapéu de chuva com uma pega que lhes aqueça às mãos. E depois há um poster da Mariana Miserável que qualquer pessoa gostaria de ter.
O maior dilema são os homens. O que se oferece a um amigo? A um pai? A um marido? Parece haver menos oferta e esta oscila entre a gravata, as peúgas e o pullover. Serão os homens mais difíceis de decifrar? Será que têm menos desejos de consumo? Ou será que os expressam menos? Um saco de boxe é o presente improvável que se adapta a (quase) todos os gostos. Dá para descarregar as energias, útil para quem tem uma profissão demasiado stressante ou para manter a forma, ideal para os fãs do ginásio e do desporto. Uma camisola da seleção nacional é um presente simbólico e pode servir como prenúncio de boa sorte ou como memória do melhor momento coletivo que o país teve em 2016. Os gadgets dão mil e uma alternativas e nós destacamos quatro. O drone DJI Mavic Pro consegue aguentar até 27 minutos de voo seguidos e, no fundo, é mais um presente de toda a família. Para os mais modernos e radicais há capacetes, auriculares e relógios inteligentes com uma vertente mais desportiva.
Depois há os presentes expectáveis, mas que mesmo assim podem ser irreverentes. Uma carteira não tem de ser uma simples carteira e pode mesmo ser mecânica, daquelas em que se clica numa patilha para que os cartões se apresentem ordenadamente. Também uma garrafa de álcool não tem de ser banal, pode ser de uma colheita especial (como o Barca Velha) ou de uma edição limitada (como a associação da Rémy Martin a Vincent Leroy). E isto tanto eles como elas vão gostar de receber. Talvez até seja mais simples dar o presente a um casal que goste de festas e jantares tardios ou que sejam apreciadores. É ideal para a festa da passagem de ano, por exemplo.
Para combater o consumismo nos mais pequenos — principalmente aqueles que pedem todos os brinquedos de todos os catálogos — é melhor pensar fora da caixa. Isto é, fora dos catálogos dos hipermercados. Para isso, recuemos no tempo, aos brinquedos de antigamente, como as casas de bonecas e os berços de brincar. Ou então, apostar em roupa. Os pais agradecem e é uma boa oportunidade de os mais pequenos lhes darem outro valor. A Grace Baby & Child inspira-se nos fofos com folhos de outros tempos. Há os presentes mesmo úteis, aqueles que são para usar todos os dias, e que são um clássico natalício: os pijamas e as meias que, se forem cheias de bonecos, agradam também aos miúdos.
E depois há os presentes para casa, que tanto se dá a um homem ou a uma mulher, a novos ou a velhos. Fizemos uma escolha quase 100% nacional, afinal não há quem saiba receber melhor do que os portugueses. “E se à porta humildemente bate alguém/ Senta-se à mesa co'a gente”, já dizia o célebre fado. Para isso, há as facas do chefe português, Nuno Mendes, que apesar de radicado em Londres veio ao interior do país para as criar. São aguçadas o suficiente para cortar queijos e enchidos que encham uma tábua Gradirripas, feitas em Pernes, Santarém, e internacionalizadas por Jamie Oliver. O famoso chefe britânico escolheu-as para usar nos seus restaurantes, dando uma nova vida a um negócio tradicional.
Também Anna Westerlund reinventou a cerâmica, ao fazer peças com ar contemporâneo. Uma serigrafia é a cereja no topo do bolo, ou melhor, o presente no topo da árvore de Natal. A dupla de criativos Filipe Duarte e Joana Campos Silva concebe ilustrações que captam, facilmente, o olhar. Se quisermos, cada tela pode contar uma história.
Artigo publicado na edição do EXPRESSO de 3 de dezembro de 2016
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