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Uma história triste mas inevitável: porque é que o Vinho do Porto se vende e bebe cada vez menos

Uma história triste mas inevitável: porque é que o Vinho do Porto se vende e bebe cada vez menos
Marco Bottigelli/Getty Images

O Vinho do Porto tem vindo a perder mercado. Todos se queixam, mas poucos fazem algo para mudar a situação. Para os pequenos lavradores, que geração após geração venderam as suas uvas às casas exportadoras, o horizonte é negro

Quando se aproxima o fim de julho, é certo e sabido que há sempre conversa e discussão a propósito do “Comunicado de Vindima”, documento que indica — após consulta à produção e ao comércio — a quantidade de mosto que se pode beneficiar com aguardente para se fazer Vinho do Porto. Diz-se assim que esta quinta tem x pipas de benefício e aquela tem y, em resultado da classificação da parcela. No Douro, tudo se mede em pipas, correspondendo cada uma a 550 litros. A proporção de uma pipa de Vinho do Porto deverá, grosso modo, corresponder a 435 litros de vinho e 115 litros de aguardente. Adicionada a meio da fermentação, quando ainda há açúcares por desdobrar, a aguardente pára a fermentação, originando assim um vinho doce e com uma graduação em torno de 20 graus. O tal “Comunicado de Vindima” resulta de uma análise de stocks, de vendas, de mercados e perspetivas dos mesmos para os tempos que vêm. Aqui começam as dificuldades, porque o Vinho do Porto tem vindo a perder mercado, vende-se menos, bebe-se menos e, claro, todos se queixam mas poucos fazem algo para mudar a situação. Para os pequenos lavradores, que geração após geração venderam as suas uvas às casas exportadoras, o horizonte é negro e a explicação é triste mas inevitável, como referi no título desta crónica.

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