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Crítica gastronómica: Stramuntana, Pur beilar la lhéngua

Crítica gastronómica: Stramuntana, Pur beilar la lhéngua
RUI DUARTE SILVA

O Stramuntana tem raízes no mirandês para trazer a alma e os sabores transmontanos até Gaia. O crítico gastronómico Fortunato da Câmara provou os principais pratos da carta e dá o seu veredito

O verão anda resiliente e tão empreendedor como nunca, numa demora lenta que muitos apreciam mas que os ciclos na natureza não agradecem. O outro lado desta prolongada despedida estival é que isso pode obrigar o outono a ter que fazer um workshop de mindfulness para se sentir mais empoderado nas suas habituais funções de fazer cair folhas que teimam em se manter perenes. E se pintalguei alguns chavões do vocabulário hodierno nas linhas atrás, por estes dias há homens caducos que se querem fazer eternos num mundo que se quer como os outonos. As cores e as ideias precisam de se renovar mesmo que seja nos seus ciclos naturais.

A cozinha também se mantém viva com renovação. Estamos a atravessar uma fase de grande renovação na cozinha portuguesa, mas isso só tem sido possível porque se está a partir de uma base. Nada se renova sem haver um ponto de partida ou referência. No Stramuntana, bem perto da rotunda de Santo Ovídio, em Gaia, encontram-se referências aos sabores do nordeste transmontano, como o idioma mirandês a batizar a casa. No primeiro andar, uma sala ampla de telhado à vista com vigas de madeira e a lareira alta com as brasas sempre a postos indicam o caminho das raízes locais.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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