
Pode levar 20 enchidos diferentes e reflete a terra de onde brota. Entre Montalegre e Boticas chegou a época de provar o “melhor cozido de Portugal”
Pode levar 20 enchidos diferentes e reflete a terra de onde brota. Entre Montalegre e Boticas chegou a época de provar o “melhor cozido de Portugal”
Já sai fumo das chaminés nas aldeias transmontanas, sinal de que chegou o tempo frio. Está para breve a matança do porco e o momento em que o topo da lareira se enche de enchidos, preservados através dos métodos ancestrais do fumeiro e da salga. Na zona do Barroso, território que compreende os concelhos de Montalegre e Boticas — e parte do concelho de Chaves —, os rituais da terra e das gentes que a trabalham permanecem como antigamente, respeitando o vagar das estações, o que motivou a classificação da região como património agrícola mundial pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Brindada por terra limpa, ar puro e água abundante, é o único território nacional com esta classificação. “Do ponto de vista cultural, os habitantes do Barroso desenvolveram e mantiveram formas de organização social, práticas e rituais que os diferenciam da maioria das populações portuguesas em termos de hábitos, linguagem e valores. Isso resulta das condições endógenas e do isolamento geográfico, bem como dos limitados recursos naturais que os levaram a desenvolver métodos de exploração e uso consistentes com a sustentabilidade”, justifica a distinção, atribuída em abril de 2018. Esta é a zona de conforto do “Cozido barrosão”, ou ‘à Barrosã’, apelidado localmente com orgulho de “melhor cozido de Portugal” e um dos 50 pratos tradicionais destacados no novo guia essencial “Restaurantes, Pratos e Produtos Regionais”, com a chancela “Boa Cama Boa Mesa”.
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