Se os automóveis ligeiros se adaptam aos novos tempos porque não haviam os comerciais de fazer o mesmo?
Podemos discutir se a solução 100% elétrica para os automóveis a partir de 2035 é sensata. Mas se há domínio que parece ter sido feito para as motorizações alternativas é o dos veículos comerciais, em especial os que operam na cidade, onde o fator qualidade do ar é crítico. Em contrapartida, o calcanhar de Aquiles dos veículos a bateria (autonomia e dificuldade de carga na via pública) tem menos significado, uma vez que nas voltinhas diárias um furgão de entregas dificilmente fará muito mais que duas centenas de quilómetros — justamente o patamar de autonomia dos veículos elétricos (alguns, como os Berlingo ou Partner EV podem passar os 300 km em condições reais, como tive oportunidade de constatar e referir em anteriores crónicas).
Neste novo quadro multiplicam-se soluções e estas são diversificadas, não se limitando ao caminho único dos veículos a bateria recarregável na tomada, ainda que este esteja a ganhar peso crescente em Portugal (4% nos comerciais, contra 10% nos ligeiros). O grupo VW tem soluções a gás natural. A Dacia, submarca da Renault mantém a aposta na bicarburação (GPL/gás de petróleo liquefeito mais gasolina). E o mesmo faz a Piaggio, que conhecemos das scooters e derivados como os chamados tuk-tuk, que lança no nosso país o Porter NP6, pequena camioneta urbana, apresentada pelo respetivo importador, o grupo Astara (que também representa a Isuzu, Mitsubishi, Kia, etc.), como “a nova geração do camião citadino”.
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