Exclusivo

Fisga

A idade da maioridade: os 18 anos já não são o que eram

A idade da maioridade: os 18 anos já não são o que eram
Cristiano Salgado

A maioria dos países do mundo estabelece os 18 anos como a fasquia para a passagem à idade adulta. Mas, na prática, a transição para a vida adulta em Portugal e na Europa tem sido empurrada mais para a frente

Após 140 anos sem qualquer alteração, a lei da maioridade no Japão foi alterada este ano dos 20 para os 18 anos. Isto significa que, com esta idade, os jovens do país passaram a poder casar-se, solicitar a emissão de um cartão de crédito ou pedir um empréstimo sem o consentimento dos pais, comprar um carro ou até submeter um pedido para mudança de género. Apesar desta redução, há alguns direitos que continuam a ser apenas possíveis para quem tem 20 anos: fumar, beber álcool e participar em jogos de azar, entre outros.

O Japão não foi o único que alterou a idade da maioridade — ou seja, a idade a partir da qual um indivíduo é, por lei, considerado adulto. Ao longo dos anos outros o fizeram, tal como Portugal, que a diminuiu dos 21 para os 18 com a reforma do Código Civil de 1977, e o Brasil, que fez o mesmo em 2003. Hoje, 18 anos é a fasquia estipulada para a passagem à idade adulta na maioria dos países — na União Europeia (UE), concretamente, apenas a Escócia estabelece os 16. E nem sempre a maioridade civil coincide com a idade legal para votar, casar, beber ou conduzir. Países como Áustria, Malta, Argentina e Brasil, embora estipulem o início da idade adulta aos 18, permitem o voto eleitoral a partir dos 16. Já nos Emirados Árabes Unidos apenas é possível a partir dos 25. Cuba, por exemplo, estabelece os 16 como idade legal para beber, mas os 18 como maioridade. Discrepâncias que, na perspetiva do psicólogo Tiago Pereira, são naturais.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mjbourbon@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate