Havia em “Prision Break” a atração do público pelos bad boys que se meteram em problemas e tiveram de fazer das tripas coração para fugir das suas celas. Aposta-se quantos não quiseram tatuar um mapa igual ao de Michael Scofield nas costas. Havia compaixão, humanidade e até pena, de “Orange Is the New Black” a “Condenados de Shawshank”, entre filmes e séries, para com reclusos e reclusas que eram também, afinal, seres humanos. E claro, em “OZ”, bem como em diferentes séries documentais das plataformas de streaming, um descobrir de uma realidade brutal, tantas vezes longe das notícias, sobre o que significa ser recluso e o que isso inflige na pele. Crime origina mais crime, a humanidade não tinha lugar. Em “Prisioneiro”, série dinamarquesa de seis episódios que se estreia agora na Filmin, há um pouco de todos estes ingredientes: uma prisão em risco de fechar, guardas prisionais comprometidos, bufos, drogas e uma mãe que só quer salvar o filho. Escreveu-se que aqui “todos são prisioneiros”. Mas, na verdade, todos estão sozinhos, com uma camada de nervos dentro de quatro paredes.
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