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Televisão: “The Kitchen”, a distopia de boas intenções

Izi (Kano) e Benji (Jedaiah Bannerman), à dir., manifestam uma química ternurenta
Izi (Kano) e Benji (Jedaiah Bannerman), à dir., manifestam uma química ternurenta

Ator com tarimba de Óscar, Daniel Kaluuya junta-se a Kibwe Tavares atrás das câmaras nesta distopia política e racial da Netflix. Uma Londres com drones e guetizada a apontar para os problemas de habitação e desigualdade social. Faltou saber agarrar a história

Não há nada que renda mais prémios, ou gostos nas redes sociais, do que ver as instituições da indústria cinematográfica a dar palco à representatividade entre etnias. O bom sinal que enviam ao universo, dando oportunidade a atores negros, realizadores transexuais ou linguagens estéticas até então silenciadas tem criado, dentro do espaço público, uma dúvida: um filme é bom quanto mais inclusivo for ou é bom apesar da sua inclusão? “The Kitchen”, que estreia na correalização Daniel Kaluuya (“Get Out”), ator britânico com selo de Óscar, ao lado de um ex-arquiteto, Kibwe Tavares, entra diretamente nesta discussão. Esta distopia política que abraça as desigualdades sociais e a crise de habitação rumo a uma Londres cada vez mais autoritária tem tudo no lugar certo, o que pode, a espaços, ser o seu maior problema. Porque além da crítica que quer fazer, tem pouco a dizer sobre a sua história principal: um pai ausente a tentar reconectar-se com o seu filho.

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