
Num disco escrito quando pensava que não voltaria a cantar, Patrick Watson assina duetos com MARO, Martha Wainwright ou November Ultra. Falámos com o músico, que em 202
Num disco escrito quando pensava que não voltaria a cantar, Patrick Watson assina duetos com MARO, Martha Wainwright ou November Ultra. Falámos com o músico, que em 202
Jornalista
Quando um cantor, especialmente um cujo falsete lhe vale comparações à voz imortal de Jeff Buckley, acredita que não poderá voltar a cantar, tem duas opções pela frente: ou baixa os braços e se dedica a outro métier ou encontra uma solução para continuar a fazer música. Confrontado com uma hemorragia grave nas cordas vocais, que o fez ficar sem voz durante uns longos três meses, o canadiano Patrick Watson decidiu não desistir e percebeu que tinha muitas canções em si para ofertar a outros. É dessa experiência traumática que nasce este “Uh Oh”, título que remete à interjeição da língua inglesa utilizada para exprimir a tomada de consciência de um erro ou de uma má situação. “Recuperei a minha voz, certo? Portanto não pode ser um ‘uh-oh’, só pode ser um ‘uh-oh’ temporário. Há certas coisas que te acontecem na vida das quais não consegues recuperar, mas aquelas das quais recuperas só podem ser encaradas como bênçãos”, começa por explicar Watson ao Expresso, “há muito que queria fazer um disco colaborativo porque olhava para o hip-hop e pensava ‘aqui tens dois cantores diferentes com perspetivas diferentes que cantam sobre dois tópicos díspares numa mesma canção’. Ficava com muita inveja e não encontrava forma de fazê-lo. Depois, comecei a assistir a essas colaborações fora do hip-hop. Antes ainda de perder a voz, pensei que adoraria fazer música para os cantores incríveis com que me deparava e quando isso aconteceu foi como se tivesse tido autorização: ‘OK, agora não só posso fazê-lo como tenho mesmo de fazê-lo.’”
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