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Música

Música: quando o acordeão de João Barradas dá novos mundos à obra de Luís Tinoco

Em “Unfolding”, João Barradas (Porto, 1992) transcreve obras de Luís Tinoco (Lisboa, 1969) para acordeão
Em “Unfolding”, João Barradas (Porto, 1992) transcreve obras de Luís Tinoco (Lisboa, 1969) para acordeão
Alfredo Matos

No acordeão de João Barradas cabe o mundo de notas, pulsares e melodias que o compositor Luís Tinoco vai imaginando para traduzir o nosso tempo, distinguido com o Prémio Pessoa 2024

Em “Archipelago”, álbum lançado em 2019, foi ao “departamento” de recursos humanos do Drumming Grupo de Percussão que o compositor Luís Tinoco recorreu para encontrar o solista de marimba — André Dias — que interpretou com fluido e matemático rigor os quatro ‘andamentos’ de ‘Mind the Gap’, extraordinária obra que assenta em complexos pulsares que recortam o silêncio como espirais de fumo que ascendem em ar límpido. Também em “Archipelago”, Miquel Bernat, diretor artístico do Drumming, assumiu a marimba em ‘Ends Meet’, mais uma composição em quatro partes em que o instrumento de percussão se faz, no entanto, acompanhar pelo Quarteto de Matosinhos — Vítor Vieira e Juan Maggiorani nos violinos, Jorge Alves na viola e Marco Pereira no violoncelo. É uma peça com maior tensão interna, igualmente com pronunciada complexidade técnica, que parece adequada a ilustrar um thriller nórdico, toda ela feita de espaços angulares e de colorações harmónicas invernistas. ‘Mind the Gap’ e ‘Ends Meet’ são duas das composições de Luís Tinoco que João Barradas transcreve para acordeão no novíssimo “Unfolding”, álbum que dedica exclusivamente a obras do compositor, pensador e pedagogo distinguido com o Prémio Pessoa 2024.

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