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Música

Música: O São Carlos levou ao CCB uma “Jenufa” admirável e comovente

“Jenufa”, de Leos Janácek
“Jenufa”, de Leos Janácek
António Pedro Ferreira/TNSC

Uma história de sofrimentos, expiação e redenção numa vilória campestre onde a bisbilhotice impera e cada um quer saber de todos. A linguagem é repetitiva, à maneira do povo. A música, porém, explica tudo, incluindo o indizível: esta é a função da ópera. O São Carlos no CCB, no passado dia 21 de março

O tamanho desta crítica é inversamente proporcional à qualidade do espetáculo. “Jenufa” (ou “Jeji Pastorkyna”, “A Sua Enteada”, 1904), de Leos Janácek (1854-1928) é a primeira ópera-prima do século XX. (Nos concertos, Pierre Boulez gostava de combinar Janácek com Schoenberg.) Assisti à estreia portuguesa (em alemão) em 1960; só voltou ao São Carlos em 2000, e a atual produção (vinda da Ópera Ballet da Flandres) é o que ficou da malograda direção artística de Ivan van Kalmthout (a quem agradeço). A escolha criteriosa de maestro, encenador e solistas fez toda a diferença! Depois do desastre das “Cenas do ‘Fausto’ de Goethe”, um espetáculo comoventemente admirável! À partida, o trunfo da encenação de Robert Carsen (que já nos tinha deliciado com a “Lucia”, em 2000, e a “Tosca”, em 2008; o programa de sala esquece estas coisas).

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