O tamanho desta crítica é inversamente proporcional à qualidade do espetáculo. “Jenufa” (ou “Jeji Pastorkyna”, “A Sua Enteada”, 1904), de Leos Janácek (1854-1928) é a primeira ópera-prima do século XX. (Nos concertos, Pierre Boulez gostava de combinar Janácek com Schoenberg.) Assisti à estreia portuguesa (em alemão) em 1960; só voltou ao São Carlos em 2000, e a atual produção (vinda da Ópera Ballet da Flandres) é o que ficou da malograda direção artística de Ivan van Kalmthout (a quem agradeço). A escolha criteriosa de maestro, encenador e solistas fez toda a diferença! Depois do desastre das “Cenas do ‘Fausto’ de Goethe”, um espetáculo comoventemente admirável! À partida, o trunfo da encenação de Robert Carsen (que já nos tinha deliciado com a “Lucia”, em 2000, e a “Tosca”, em 2008; o programa de sala esquece estas coisas).
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt