
Depois de “Amélias”, que (se) julgou ser o seu último disco, Amélia Muge descobriu que a obra ainda não estava acabada. Valha-nos uma gata nortenha
Depois de “Amélias”, que (se) julgou ser o seu último disco, Amélia Muge descobriu que a obra ainda não estava acabada. Valha-nos uma gata nortenha
“Quando este trabalho começou, não me apercebi que ele já tinha começado”, diz Amélia Muge com a maior naturalidade deste mundo, a propósito de “Um Gato É um Gato”, o livro/disco que acaba de publicar. Mas, se lhe oferecermos algum conforto contextual, talvez se entenda melhor o que ela pretende dizer: nos 30 anos entre “Múgica” (1992) e “Amélias” (2022) — duas variações sobre o próprio nome —, acham-se cuidadosamente arrumados 10 álbuns de originais. Aos quais poderiam acrescentar-se múltiplas colaborações com tão preciosa gente como José Mário Branco, Camané, Gaiteiros de Lisboa, Michales Loukovikas, Cristina Branco, as vozes búlgaras do Pirin Folk Ensemble, Camerata Meiga e vários outros. O que importa, porém, é aquela, dir-se-ia, matematicamente planeada relação 30 anos/10 discos. Tanto assim que ela mesma pareceu acreditar nessa espécie de número de ouro: “Quando acabei o ‘Amélias’, disse ‘Não faço mais disco nenhum!’, e essa era, realmente, a minha intenção.”
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