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Livros: Ludmila Ulitskaya e a alegria de um funeral

Ludmila Ulitskaya (Rússia, 1943) num retrato de 2001, quatro anos após a edição de “Funeral Divertido”
Ludmila Ulitskaya (Rússia, 1943) num retrato de 2001, quatro anos após a edição de “Funeral Divertido”
Ullstein Bild/Getty Images

Em “Funeral Divertido”, festivo e satírico romance publicado em 1997, as personagens de Ludmila Ulitskaya assistem ao estertor da União Soviética, à distância, a partir de Nova Iorque

Verão de 1991, Nova Iorque sob um calor terrível e húmido. No seu loft, que também lhe serve de estúdio, Álik, um exilado russo, pintor sem grande sucesso, espera a morte, jazendo num sofá-cama. Já não consegue mexer os braços, nem as pernas. O diafragma é o único músculo que ainda funciona, embora cada vez menos. Uma questão de tempo, a asfixia. No seu limbo final, Álik sente que está a “dissolver-se”, mas anima-se, apesar de tudo, com o “rodopio permanente” que lhe invade a casa, rostos conhecidos ou nem por isso, corpos que circulam por ali e se deixam ficar, às vezes até durante a noite, dormindo num canto qualquer.

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