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David Ernaux-Briot, filho de Annie Ernaux, recorda a passagem da família por Portugal: “Nunca mais esqueci o arroz-doce”

O álbum de família revela-se em “Os Anos Super 8”, que reúne as viagens de férias de Annie, do então seu marido Philippe e dos dois filhos, Éric (n. 1964) e David Ernaux-Briot (n. 1968), na foto com a escritora
O álbum de família revela-se em “Os Anos Super 8”, que reúne as viagens de férias de Annie, do então seu marido Philippe e dos dois filhos, Éric (n. 1964) e David Ernaux-Briot (n. 1968), na foto com a escritora

Em “Annie Ernaux — Os Anos Super 8” seguimos momentos da vida familiar da recém-laureada com o Prémio Nobel da Literatura e do florescimento da sua voz singular de escritora. “Os Anos Super 8”, filme que reúne as viagens de férias de Annie, do então seu marido Philippe e dos dois filhos, Éric e David Ernaux-Briot, conta com imagens de Portugal— vemos o Mosteiro da Batalha, os elétricos das ruas estreitas da velha Lisboa e a passagem por Évora

Annie Ernaux — Os Anos Super 8”, ou simplesmente “Les Années Super 8” — uma homenagem à película favorita dos home movies, muito em voga nos anos 60 e 70, antes do advento do vídeo —, surgiu em contraciclo quando foi pela primeira vez mostrado ao mundo, em maio passado, na Quinzena dos Realizadores de Cannes. Nos grandes festivais, tudo é atropelo e azáfama, pressa, um rebuliço constante. Mas este filme trabalha em sentido absolutamente inverso e convida-nos para outras marés, pois tudo aqui é intimismo a folhear com vagar as memórias e o tempo, pese embora a jornada, muito mais intranquila do que a voz doce, em off, que nos acompanha.

Essa voz é de Annie Ernaux, escritora que o cinema tem ‘visitado’ com frequência nos últimos tempos — em “Paixão Simples” (Danielle Arbid) ou “O Acontecimento” (Audrey Diwan) — e que está naturalmente nas bocas do mundo desde que venceu, em outubro, o Prémio Nobel da Literatura. “Os Anos Super 8”, numa primeira abordagem, é um álbum de família, um documentário que reúne sobretudo as viagens de férias de Annie, do então seu marido Philippe e dos dois filhos do casal, Éric (n. 1964) e David Ernaux-Briot (n. 1968). São imagens sem som, captadas pela câmara Super 8 Bell & Howell que o casal comprara no início dos anos 70. Annie era nessa altura, ainda e só, uma professora de letras que lecionava num liceu e que começava timidamente a tatear uma carreira literária. O seu primeiro romance autobiográfico (género a que dará privilégio), “Les Armoires Vides”, é publicado dois anos depois, em 1974.

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