Exclusivo

Cinema

Há dose dupla de Hong Sang-soo nos cinemas. “Perante o Teu Rosto” pode mesmo ser uma obra-prima

Em “Perante o Teu Rosto”, Hong Sang-Soo desenhou uma ação que decorre em 24 horas, narrada em sequência cronológica
Em “Perante o Teu Rosto”, Hong Sang-Soo desenhou uma ação que decorre em 24 horas, narrada em sequência cronológica

Hong Sang-soo estreia esta semana duas comédias dramáticas. O crítico Vasco Baptista Marques dá cinco estrelas a “Perante o Teu Rosto” e três estrelas a “Apresentação”

Uma das críticas que mais tem sido feita a Hong Sang-soo é aquela que denuncia a sua incapacidade de se ‘renovar’. Trata-se de uma censura estafada, que foi também dirigida a Ozu, Bergman e Rohmer, e que passa ao lado do mais importante, que essa alegada imutabilidade é função de uma visão das coisas que a supõe. Exemplo disso é a obra de Sang-soo, cujo motivo essencial é o maximamente repetido: um quotidiano que procede por variações infinitesimais. Quer a consideremos pertinente ou tacanha, essa crítica desfaz-se em contacto com os dois filmes do cineasta que agora estreiam por cá.

De facto, embora ambos contenham muitas das marcas distintivas do ‘estilo Sang-soo’ (o minimalismo, o cruzamento do naturalismo com o maravilhoso...), eles são suficientemente diferentes para ceifar a acusação pela raiz. Desde logo porque, se “Apresentação” (obra menor) prossegue a exploração das narrativas fissuradas que têm dominado o cinema de Sang-soo, “Perante o Teu Rosto” (obra-prima) abraça a linearidade, desenhando uma ação que decorre em 24 horas, e que é narrada em sequência cronológica.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate