No princípio, César Catilina (Adam Driver) está no topo do Chrysler Building, em Manhattan, prestes a inclinar-se para o vazio, só pode ser suicídio. E, de repente, algo de mágico acontece. Algo que só no cinema pode ocorrer, e apenas se o virmos como um lugar de poesia. O tom de “Megalopolis” está definido — desafia a lógica, o previsível e o já visto. Depois disso, nenhum espectador pode esperar realismo ou qualquer coisa dessa natureza. Sopram ventos onde se mescla uma carga cultural que vai de Suetónio a Godard, tudo em nome de uma fé inabalável na espécie humana. Francis Ford Coppola volta a desafiar as regras do cinema, os usos do comércio de filmes e as expectativas do público. O gesto é de se lhe tirar o chapéu.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt