Culturas

100 anos da revista “Contemporanea”: modernismo, nacionalismo e ecletismo

12 agosto 2022 22:43

Diogo Ramada Curto

Diogo Ramada Curto

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Historiador

hemeroteca digital

Centenário da “Contemporanea”, revista onde se aliava o integralismo de António Sardinha com o modernismo de Almada Negreiros e Fernando Pessoa. Em nome de um nacionalismo de que o Estado Novo se aproveitaria

12 agosto 2022 22:43

Diogo Ramada Curto

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Historiador

A revista “Contemporanea” contou com nove números, saídos entre 1922 e 1923. Em 1924 saiu o nº 10 e em 1926 mais três. Organizado pelo arquiteto José Pacheco, o centenário da sua publicação celebra-se este ano. Na “Contemporanea” era evidente a existência de uma aliança entre o integralismo de António Sardinha e o modernismo de Fernando Pessoa e Almada Negreiros. Uma aliança feita em nome de um nacionalismo de que o Estado Novo se iria aproveitar.

Na matriz folclórica, etnográfica e das artes populares, partilhada por Veiga Simões e Vergílio Correia, dois outros colaboradores da revista, a força de um povo orientado por um escol contrapunha-se quer às lutas políticas consideradas estéreis quer aos projetos estéticos situados em “torres de péssima porcelana” (os visados seriam o simbolismo de Eugénio de Castro e o saudosismo de Teixeira de Pascoaes).