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Kit para sair do ninho: montar casa para um universitário por €350

Kit para sair do ninho: montar casa para um universitário por €350
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É tempo de mudanças para as famílias portuguesas. Com as colocações para o Ensino Superior à espreita este fim de semana, o Expresso faz a lista do que vai precisar para sair da casa dos pais. São 20 produtos essenciais por menos de €350

Joana Magalhães

A varinha mágica já não vai faltar na casa para onde Margarida Moura vai viver durante o próximo ano letivo. A jovem de 20 anos prepara-se para “deixar” a casa dos pais em Cela, no concelho de Alcobaça, para se instalar num apartamento na Cruz D’Areia, em Leiria, e o pequeno eletrodoméstico de cozinha faz parte do enxoval. Este é apenas um item de uma longa lista que inclui lençóis, toalhas de banho, louça, utensílios de cozinha e tudo o que é necessário para sobreviver fora do ninho.

Enquanto o país aguarda pela publicação dos primeiros resultados de acesso ao Ensino Superior, este domingo, são milhares os futuros estudantes que começam a fazer as malas e a preparar-se para deixarem o conforto da casa onde cresceram. Além do nervosismo próprio da mudança, há ainda uma logística que tem de ser cumprida, começando desde logo pela procura de uma casa. Para Margarida, este foi “o maior stresse” devido aos preços elevados, com as opções mais económicas a situarem-se longe da escola. “Foi péssimo”, reforça em entrevista ao Expresso.

Depois de muita procura e alguma sorte à mistura, garantiu um quarto numa casa que partilhará com outras três raparigas — duas delas colegas de turma. É próxima da escola e “o senhorio é cinco estrelas”. Ultrapassado o primeiro desafio e antes da grande mudança, são várias as questões que se impõem: o quarto está equipado? Só tem a mobília? E a cozinha? É preciso levar pratos, panelas ou tachos e utensílios? E eletrodomésticos, é preciso comprar? No caso da futura aluna de Educação Básica na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, do Politécnico de Leiria, o quarto e a cozinha já estão equipados, pelo que a bagageira do carro irá mais leve.

“Já comprei os toalhões e os lençóis vão ser os que já tinha em casa dos meus pais — vão e vêm”, explica, acrescentando que conta ir quase todos os fins de semana (se não mesmo todos) a Alcobaça para matar saudades e, claro, lavar e tratar da roupa. Para os estudantes que ficarem mais afastados das origens, o melhor será garantir que a casa tem uma boa máquina de lavar a roupa ou que existe uma lavandaria próxima para ajudar na tarefa.

Resolvidas as necessidades essenciais do quarto, é hora de acrescentar os pormenores que trazem para a nova morada o sentimento de estar em casa. No caso de Margarida são os ambientadores a que está habitua­da — ou “cheirinhos”, como gosta de lhes chamar — e uma planta, uma Bromélia que lhe foi oferecida.

Chegado o momento de olhar para os itens básicos da cozinha é aqui que a lista começa a crescer. Desde os copos às canecas, passando pelos pratos, tigelas, talheres ou tupperwares. Há sempre qualquer coisa que parece faltar. Nesta área, a jovem confessa que optou por soluções mais baratas, até porque a casa dispunha de todos os utensílios, mas, ainda assim, preferiu ter os seus. O mesmo não se pode dizer do restante: “As toalhas de banho, por exemplo, escolhi de melhor qualidade para ver se não se estragam tão depressa”, conta.

A seguir o sonho de ser educadora de infância, confessa que já se sente nervosa com a mudança, mas o facto de não ser o primeiro ano naquela escola facilita a transição. É que o próximo ano letivo será o primeiro de Margarida no curso de Educação Básica e também a viver fora de casa dos pais, mas não será uma estreia no Ensino Superior. No ano passado integrou a turma de Educação Social, curso que gostou, mas que rapidamente percebeu não ser o mais indicado. “Desde a creche que digo que quero ser educadora de infância”, aponta.

No primeiro ano a solução passou por fazer o caminho Alcobaça-Leiria e Leiria-Alcobaça nos dias das aulas, mas este ano espera-lhe uma carga horária maior e as viagens “iam tornar-se cansativas”. Sair do ninho e viver a experiência da faculdade no seu pleno tornou-se o caminho a seguir.

Habituada a executar tarefas domésticas, garante que não residem aí os seus receios, mas que a mudança continua “a ser assustadora”. E se há lição que retirou do seu ano de caloira é que fazer amizades é importante, até porque há sempre alguém que conhece a cidade e pode dar uma ajuda a estabelecer rotinas e a encontrar soluções.

A aventura de “saltar” de loja em loja

Envolvido pelo espírito estudantil, o Expresso colocou mãos à obra para criar um kit básico de sobrevivência para os estudantes que vão deixar a sua casa e têm, por isso, de garantir que nada lhes falta. Pensámos num quarto vazio e numa cozinha equipada apenas com os eletrodomésticos essenciais.

A partir daí, foi através das páginas de internet de cinco marcas de mobiliário e produtos para a casa que enchemos um carrinho de compras. A começar no mais básico, como a cama, o estrado ou o colchão e a terminar no mais supérfluo, como uma vela com “cheiro a casa”.

O mobiliário revelou ser o mais caro, com a cama completa, a secretária e a cadeira a ultrapassarem os 200 euros. A almofada e a colcha também retiram uma boa parte do orçamento, à semelhança do trem de cozinha ou até do conjunto de talheres. Neste ponto, deixamos a salvaguarda de que as opções apresentadas não são necessariamente as mais económicas, mas resultam de uma pesquisa que procurou apresentar várias soluções, disponibilizadas por diferentes marcas que, ainda assim, são conhecidas pelo equilíbrio entre a qualidade e o preço.

Compras e contas feitas, ficam sem resposta questões a que o estudante dificilmente conseguirá fugir: a roupa provavelmente não vai cheirar como a de casa, mesmo que se use um amaciador igual; a sopa não terá o mesmo sabor, mesmo que se siga a receita à risca; o conforto da casa de infância será difícil de replicar (se não mesmo impossível) na nova morada. Por outro lado, o crescimento individual é diário, rápido e intenso. Está quase na hora de fazer as malas e partir na aventura — a primeira fora do ninho, mas bem equipada.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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