A Revista do Expresso

Quando o inferno cair do céu

9 outubro 2022 9:09

André Manuel Correia

André Manuel Correia

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Jornalista

COLISÃO Imagem do sistema binário de asteroides captada pela câmara DRACO, instalada na sonda DART, momentos antes do impacto com o pequeno Dimorphos

nasa/johns hopkins apl

A NASA já identificou 30 mil objetos próximos da Terra, dos quais 2 mil são potencialmente perigosos. Asteroides e cometas podem ser grandes pedras no sapato. As primeiras missões de defesa planetária tentam resolver o problema

9 outubro 2022 9:09

André Manuel Correia

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Lacerda e o Peixinho são os astros mais portugueses do Universo, um par de “calhaus” que durante milhares de milhões de anos vão continuar às voltas no Sistema Solar. E nem precisaram de viajar para o Espaço numa nave, porque, na verdade, sempre moraram numa região onde meio milhão de objetos rochosos ou metálicos já catalogados giram em torno do Sol, entre as órbitas de Marte e de Júpiter. São dois asteroides com 11 e 10 quilómetros de diâmetro, respetivamente, batizados com os sobrenomes dos astrofísicos Pedro Lacerda e Nuno Peixinho. “É como um prémio de carreira para quem já anda nisto há muito tempo a partir pedra”, explica ao Expresso Pedro Lacerda, investigador do Instituto Pedro Nunes e do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA). “Somos dois calhaus. O dele é maior do que o meu, o que me irrita muito”, começa por dizer, entre risos, Nuno Peixinho, também investigador do IA e da Universidade de Coimbra. “O dele é maior, mas o meu está um nadinha mais perto”, brinca o especialista na caracterização física e química de pequenos corpos, como asteroides, cometas e objetos transneptunianos.