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Marcelo volta à habitação: "O Presidente acha que talvez se pudesse ir mais longe, o primeiro-ministro acha que não. Veremos..."

Marcelo faz na rua o que Soares fez à mesa: campanha contra “uma maioria morta”
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ANTÓNIO COTRIM/LUSA

De partida para a República Dominicana, o Presidente da República garantiu que, “obviamente, nunca será líder da oposição”. Marcelo e Costa vão passar fim de semana juntos

Mais um dia, mais uma troca de recados sobre habitação. Esta quarta-feira, de partida para a República Dominicana, onde vai participar na Cimeira Ibero-Americana, o Presidente da República respondeu à nota do primeiro-ministro de terça à noite. Nessa nota - que, por sua vez, respondia à nota de Marcelo sobre a promulgação das medidas de apoio às famílias para arrendamento e para pagamento de créditos à habitação - António Costa dizia que as medidas fiscais que o PR pedia estão no plano Mais Habitação e ainda estão em discussão pública.

“É a dinâmica da democracia. O Presidente acha que talvez se pudesse ir mais longe. O primeiro-ministro acha que não, que chega ficar onde fica. Veremos depois se a habitação e se o apoio aos inquilinos e aos que estão a sofrer muito neste momento com os juros do crédito à habitação, se aquilo que é aprovado consegue atingir os objetivos ou não”, comentou o Marcelo no aeroporto, em declarações registadas pela RTP.

Na mesma ocasião, o Presidente defendeu o seu direito e deve a dar explicações sobre o que concorda e o que discorda e, falando sempre na terceira pessoa, garantiu: “O Presidente obviamente nunca será líder da oposição. O Presidente espera que a legislatura, naquilo que depende dele, dure até ao fim." O mandato de Marcelo termina em março de 2026, antes do fim previsto da legislatura, que é o outono do mesmo ano. Contudo, o Presidente perde a possibilidade de dissolver o Parlamento em setembro de 2025, pelo que considera que o Governo só depende deste Presidente durante mais dois anos e meio, tendo depois mais um ano de governação.

E, em todo o tempo, Marcelo entende que "a função do Presidente é, quando concorda dizer porque concorda, quando discorda dizer porque discorda”.

A habitação tem sido foco de polémica nas últimas semanas entre Presidente e Governo, com Marcelo a ter já admitido várias vezes pedir a verificação da constitucionalidade das medidas mais polémicas, como é o caso do arrendamento coercivo. “Digo a mesma coisa há uma semana: há muito debate a fazer no Parlamento, ganharia em ser repensado, as câmaras já disseram que não têm meios para ajudar a encontrar casas devolutas e o sistema é burocrático. Há muita água a correr debaixo das pontes”, insistiu nesta quarta-feira.

A polémica promete continuar. Por um lado, deve ser um dos assuntos do debate com o primeiro-ministro no Parlamento. Mas, nos próximos dias, Marcelo e Costa vão passar várias horas juntos: primeiro na cimeira Ibero-Americana, que vai decorrer na República Dominicana; depois, no Luxemburgo, para onde vão a seguir à cimeira e onde está previsto conviverem com a comunidade portuguesa e assistir ao jogo da seleção portuguesa.

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