Marcelo espera que Costa tenha razão sobre o PRR, dia 31 vai para o terreno "verificar"
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa
ANTÓNIO COTRIM/LUSA
Presidente da República insiste na necessidade de “manutenção” nas Forças Armadas e diz que entrevista que deu à RTP e Público pode ter sido a última do seu mandato
O Presidente da República vai no dia 31 para o terreno “verificar” como está a correr a execução do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). O anúncio foi feito pelo próprio Marcelo esta quarta-feira, à margem da iniciativa Músicos em Belém. Questionado sobre se confia nas palavras do primeiro-ministro que, na terça-feira, voltou a garantir que o PRR está em bom ritmo de execução, o PR lembrou que tem sido essa a sua preocupação e anunciou: “Vou, aliás, para o terreno no dia 31 para verificar isso mesmo.”
A ida do Presidente do terreno já tinha sido anunciada até no âmbito da reunião que decorreu no mês passado com o Governo para fazer avaliação do PRR, mas ainda não havia data. E a data é o dia seguinte ao primeiro aniversário do atual Governo, que Marcelo ainda recentemente disse ser uma “maioria requentada”, em entrevista à RTP e ao Público. Entrevista a que voltou nestas declrações aos jornalistas, anunciado que pode ter sido a última antes de deixar Belém.
“Achei que este era o momento para a fazer o balanço à luz do que disse na posse do Governo. Esta entrevista é um ponto da situação e um ponto virado para o futuro”, justificou. “Não vou comentar a minha própria entrevista”, ainda disse o Presidente, mas acabou por ser Marcelo a comentar-se a si próprio, reforçando, mais uma vez, que tem sido uma preocupação “desde sempre” a necessidade de “haver uma alternativa governativa”.
O Presidente aproveitou já para adiantar, que em 2024, por causa da eleições europeias, e em 2025, por causa das autárquicas e dos congressos partidários que venham a ter lugar, não dará entrevistas por ocasião do aniversário da posse. A entrevista da semana passada, portanto, “será a última, senão das ultimas entrevistas que darei no meu mandato”, prometeu.
O Presidente voltou a ser questionado sobre o episódio de insurreição na Marinha e, tal como tinha feito na terça-feira, enfatizou a necessidade de colocar a “manutenção” como prioridade das Forças Armadas. Marcelo que também é comandante supremo das Forças Armadas, acredita que esse também é o entendimento da ministra e que será preciso tempo para “ajustar os meios e capacidades” de Portugal no quadro da alteração do conceito estratégico de Defesa Nacional e na sequência da nova lei de programação militar (LPM) que ainda está em fase de preparação.
Quanto ao caso propriamente dito, o Presidente não quis falar. “Não vamos agora estar a falar das conclusões a que chegará a inspeção em curso”, rematou, sem responder sobre os efeitos deste incidente no ânimo das Forças Armadas, nem sobre a confiança no chefe de Estado Maior da Armada, Gouveia e Melo.
Nestas declarações, o Presidente também voltou a falar da TAP. Lembrou, quase como que num lamento, que “o Presidente da República não tem nenhuma competência institucional para interferir na vida interna das entidades públicas”. Mas também assegurou que se mantem atento ao que se passa na transportadora aérea “pelo facto de estar muito dinheiro público envolvido”
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