
Presidente da República muito crítico da reação de D. José Ornelas aos abusos na Igreja, diz ser “óbvio” que padres suspeitos devem ser afastados. Partidos consideram que ainda “é o momento da Igreja”, mas pressionam e chamam bispos ao Parlamento
Presidente da República muito crítico da reação de D. José Ornelas aos abusos na Igreja, diz ser “óbvio” que padres suspeitos devem ser afastados. Partidos consideram que ainda “é o momento da Igreja”, mas pressionam e chamam bispos ao Parlamento
Jornalista
Editora de Política
“Eu nem falo como católico. Eu evito falar como católico. Eu como católico seria mais contundente”, afirmou o Presidente da República, após classificar de “desilusão” a forma como a Igreja reagiu às conclusões da Comissão Independente que investigou os abusos de menores na Igreja Portuguesa. Na entrevista que deu quinta-feira ao “Público” e à RTP, Marcelo Rebelo de Sousa foi duro com a Igreja e, sem deixar de salientar que “alguns que perceberam” dentro da instituição o que está em causa e deve ser feito, considerou a conferência de imprensa do bispo D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal (CEP), “uma desilusão”.
Como chefe de Estado, Marcelo afirmou que a sua expectativa “era simples”. “Era tão simples. Era ser rápido, assumir a responsabilidade, tomar medidas preventivas e aceitar a reparação.” De repente, concluiu o Presidente, “é tudo ao contrário, em termos gerais, ou cada um para seu lado”. Já que não tiveram uma resposta rápida, Marcelo sublinha que nem se percebe porque perderam tanto tempo: “Eu pergunto: vinte dias de reflexão não chegaram?”
Para o Presidente nem se perceber a “hesitação” em agir e “é óbvio” que os padres suspeitos de abusos sexuais de menores devem ser suspensos preventivamente do desempenho público do seu ministérios.
“A Conferência Episcopal passou ao lado destes problemas todos e isso a mim, como Presidente da República, preocupa-me porque a Igreja é uma instituição fundamental na sociedade portuguesa, na educação, na saúde, na unidade social. Faz falta ao país. E se de repente sofre na sua confiabilidade, na sua credibilidade, numa questão tão básica, isso depois repercute-se na vida dos portugueses”, lamentou Marcelo.
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