O tema da conferência que juntou elementos de vários partidos da Esquerda Europeia era o crescimento da extrema-direita. Contudo, isso não impediu que os únicos nomes mencionados diretamente fossem de sociais-democratas. Mariana Mortágua apontou o dedo a Miguel Albuquerque, recém-eleito líder do PSD/Madeira, por romper com as linhas vermelhas impostas por Luís Montenegro quanto ao Chega. “O ‘não é não’ dura enquanto dura”, atirou a líder bloquista já preparando terreno para uma eventual mudança de estratégia do próprio líder do PSD. As críticas diretas ao primeiro-ministro ficaram para Catarina Martins que classificou como “jogos” as propostas de alívio fiscal apresentadas pelo Governo.
Depois de apontar algumas das características da extrema-direita que cresce em toda a Europa – “autoritária para o regresso à família tradicional”, “negacionista contra a ameaça climática” e “apologista da guerra” –, Mariana Mortágua criticou o alinhamento do líder do PSD/Madeira com o partido de direita radical português. “As linhas vermelhas de ontem são hoje invenções da esquerda”, disse no último painel da conferência “No Pasaran!”, este sábado, dia 20, no ISCTE, em Lisboa. Horas antes, Miguel Albuquerque anunciava que manter o “não é não” de Luís Montenegro quanto ao Chega seria “fatal para o PSD”. “As linhas vermelhas são uma invenção prodigiosa da esquerda”, disse o social-democrata no discurso de abertura no congresso do PSD/Madeira, este sábado.
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