Costa contra-ataca: Cavaco e a direita querem “criar uma crise política artificial” porque a economia está com “bom crescimento”
A direita está num “frenesim”, que foi alimentada pela “descida à terra” do antigo Presidente da República, acusou o primeiro-ministro. António Costa continua a apontar para a economia para fugir do “episódio deplorável” da TAP
António Costa acusa o ex-Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, de querer "criar uma crise política artificial", com as declarações que efetuou no Encontro Nacional de Autarcas Sociais Democratas, no sábado. O primeiro-ministro fala mesmo numa “mágoa” de Cavaco por ter dado posse ao Governo da “geringonça”, o que o leva a abandonar a postura “institucional”.
"Cavaco Silva quis alimentar aquele frenesim, em que a direita portuguesa está, de querer criar o mais rapidamente possível uma crise política artificial, de forma a não dar tempo a que os portugueses sintam os benefícios da recuperação económica", afirmou esta segunda-feira. “Tenho de me pôr acima desse terreno”, sublinhou.
O primeiro-ministro defendeu a teoria de que “economia portuguesa está a dar a volta”, algo que o ex-Presidente conhece, visto ser “um dos melhores especialistas internacionais em ciclos económicos”. Ou seja, para Costa, o “político no ativo com mais anos de experiência” - Cavaco - falou porque percebe qual é a “dinâmica que a economia portuguesa está”, e é preciso cavar a crise política.
Aliás, foi essa parte económica que o chefe de Governo vincou para contrariar o antigo Presidente. António Costa falou numa “descida à terra” de Cavaco Silva “enquanto militante partidário”, para vir “animar a direita nesta crise política”, mas o episódio em torno da TAP e dos desacatos no Ministério das Infraestruturas ("deplorável", como chamou) não coloca em causa o resto.
“Um episódio deplorável - que foi - não se transforma no principal problema do país”, disse, acrescentando que os portugueses olham para a economia, e se “vai manter a trajetória de crescimento, se os rendimentos vão continuar a melhorar”. Por isso, defende, que o seu trabalho “não é cuidar dos interesses partidários da direita portuguesa”, defendeu o primeiro-ministro. “Percebo bem as obrigações que os militantes partidários tenham de cumprir perante os eu próprio partido”, continuou. “A mim cumpre-me garantir o interesse nacional”, abrindo a porta a que Cavaco
“A minha consideração do Prof. Cavaco Silva não foi nada beliscada”, continuou, apesar de o antigo ocupante do Palácio de Belém ter dito que espera uma reflexão sobre se devia demitir-se. Sobre essa avaliação, António Costa apontou para quarta-feira, quando for à discussão em plenário (que foi adiantada uma semana).
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