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Galamba nega ter omitido documentos e acusa adjunto de lhe ter ocultado informação

Galamba nega ter omitido documentos e acusa adjunto de lhe ter ocultado informação
Ana Baiao

Comunicado do ministro rebate acusações de Frederico Pinheiro, o adjunto que foi exonerado. João Galamba sublinha que exoneração acontece após adjunto ter “repetidamente negado a existência de notas de reunião” solicitadas pela comissão de inquérito

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, nega que tenha omitido ou tentando omitir qualquer informação à comissão de inquérito (CPI) da TAP. “O ministro das Infraestruturas nega categoricamente qualquer acusação de que, por qualquer forma, tenha procurado condicionar ou omitir informação prestada à CPI da TAP”, garante em comunicado enviado às redações ao início da noite desta sexta-feira.

Pelo contrário: toda a documentação solicitada pela CPI foi integralmente facultada”, continua Galamba, que responde às acusações feitas por Frederico Pinheiro, o adjunto do gabinete que exonerou na quarta-feira.

O ministro acusa o agora seu ex-adjunto de lhe sonegar informação e justifica com isso a sua exoneração. “A propósito da exoneração de Frederico Pinheiro, esclarece-se que a mesma decorre do facto de o então adjunto ter repetidamente negado a existência de notas de reunião que eram solicitadas pela CPI, o que poderia ter levado a uma resposta errada à CPI por parte do Gabinete do MI”, lê-se no curto comunicado.

Galamba tenta, assim, conter este caso, que já levou PSD e Bloco de Esquerda a sugerir a sua saída do Governo caso se venha a comprovar que tentou “deliberadamente” omitir informação à CPI.

Contenção é, aliás, mais uma vez, palavra de ordem entre socialistas. O gabinete do primeiro-ministro nada diz sobre este assunto. E dentro do Governo remete-se para o que o primeiro-ministro já disse: tirará as consequências políticas que houver a tirar do caso TAP, mas só depois de terminados os trabalhos da comissão de inquérito.

As consequências políticas tiraremos em função dos resultados”, disse o primeiro-ministro, há duas semanas, no decorrer de uma visita à Coreia do Sul, dias depois das primeiras audições na comissão de inquérito

Não se pode atuar politicamente em função da verdade de cada dia”, ouve agora o Expresso, apontando como a CPI ainda está nos trabalhos iniciais, não tendo sequer entrado na audição dos responsáveis políticos. Foi acordado entre os partidos que os ex-governantes Hugo Mendes e Pedro Nuno Santos, assim como do atual ministro das Finanças, Fernando Medina, foram deixadas para o fim, de forma a não terem de ser chamados várias vezes para fazer o contraditório das entidades que vão sendo ouvidas.

Costa, que nos últimos tempos tem pedido respeito pelo funcionamento das instituições e pelo tempo próprio de cada uma, tem também já salientado que são os ministros quem escolhe os membros dos seus gabinetes. Ou seja, transpondo para este caso, o primeiro-ministro espera que seja João Galamba a resolver o assunto com o seu ex-adjunto. Frederico Pinheiro não foi uma escolha própria de Galamba, já estava no Ministério das Infraestruturas, para onde tinha transitado com Pedro Nuno Santos, quando este passou de secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares a ministro. O atual ministro herdou este adjunto do seu antecessor e decidiu mantê-lo, como fez, aliás, com vários outros membros do gabinete.

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