O adjunto do Ministério das Infraestruturas, exonerado esta quarta-feira, afirma que João Galamba quis ocultar da comissão parlamentar de inquérito (CPI) as notas da “reunião secreta” que tinha havido com a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, um dia antes da sua audição no Parlamento, em janeiro. Num comunicado enviado às redações, Frederico Pinheiro, que está a ser acusado de agressões no Ministério, confirma que houve combinação de perguntas e respostas e insinua que foi despedido porque iria revelar a sua versão se fosse chamado à comissão de inquérito.
As notas que Frederico Pinheiro acusa Galamba de querer ocultar foram, contudo, enviadas para a CPI pelo Ministério das Infraestruturas, assim como as mensagens trocadas entre o ministro e o seu adjunto sobre a polémica reunião em que participou a ex-presidente executiva da TAP antes de ser ouvida no Parlamento, em janeiro.
Outra reunião secreta?
No comunicado enviado à comunicação social, o até aqui adjunto de João Galamba – herdado da equipa do Pedro Nuno Santos – diz que não houve apenas uma reunião preparatória sobre a audição da CEO da TAP em janeiro, mas sim duas; e que nesta nova reunião, que se desconhecia até aqui, foi entre o ministro e Christine Ourmières-Widener.
“No dia 16 de janeiro de 2023, de manhã, realizou-se uma reunião preparatória na qual participaram o ministro das Infraestruturas, João Galamba, a então CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, Frederico Pinheiro, adjunto do ministro, e Manuela Simões, diretora do departamento jurídico da TAP”, lê-se na nota, que adianta que o objetivo era “articular com a TAP a gestão da informação a ser efetuada pela CEO na audição parlamentar agendada para essa semana, dia 18 de janeiro”.
Foi nessa reunião que João Galamba informou a CEO da TAP de que membros do seu gabinete iriam ter uma “reunião preparatória” da sua audição com o grupo parlamentar do PS, conta o adjunto, que está a ser acusado de ter provocado um episódio que envolveu confronto físico no Ministério das Infraestruturas).
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