Todos juntos, os partidos da esquerda (PS, BE, PCP e Livre) têm mais três deputados (90), neste momento, do que a direita democrática (AD + IL) conseguiram nas eleições de domingo (87). Há quem olhe para estes números e veja que, minoria por minoria, mais valia a esquerda apresentar uma solução de bloco “coeso” ao Presidente da República, como defendeu Rui Tavares na noite eleitoral. Mas a possibilidade foi afastada na noite eleitoral por Pedro Nuno Santos que, acreditando que no final das contas (que só se saberão a 20 de março) o PS não será o mais votado e, na melhor das hipóteses, terá os mesmos deputados que o PSD, não há alternativa e mais vale fazer a “cura na oposição”.
O objetivo do PS agora é o de recompor o partido, libertando-se do legado costista e preparar terreno para uma travessia que pode ser rápida, se o Orçamento do Estado para 2025 for chumbado, ou mais demorada, podendo chegar a dois anos, se Montenegro resistir até setembro de 25, mês a partir do qual Marcelo está impedido de dissolver a Assembleia da República. Está tudo em cima da mesa.
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