Logo ao início da noite, ainda com tudo incerto, o Partido Socialista assumiu que ia ser oposição. Ao fim da noite, ainda sem os resultados finais, e com a emigração por distribuir, o Partido Socialista assumiu que ia ser a oposição. Com 77 deputados, abaixo dos 79 da coligação do PSD/CDS/PPM e quatro ainda por atribuir, Pedro Nuno Santos congratulou a Aliança Democrática – e deixou para o seu líder, Luís Montenegro, a espinhosa missão de formar governo e, sobretudo, a difícil gestão da governabilidade.
O líder socialista olha para os próximos embates já como aquilo que promete ser: “líder da oposição”, E se reafirmou que não inviabilizará o início do governo da AD, não garantiu aprovações de orçamento e também avisou que não adiantará ao governo que aí vier apresentar moções de confiança. Pedro Nuno até disse que não sabe o que poderá acontecer “nos próximos meses”.
É este o resumo de uma noite eleitoral de derrota, mas em que o líder foi aplaudido e em que o seu antecessor até o tentou proteger dos resultados eleitorais negativos. Em 2015, também houve uma derrota em que a sala do Altis aqueceu, e António Costa acabou depois por formar a geringonça. Desta vez, não há maioria de esquerda, o próprio Pedro Nuno Santos assegurou.
Ainda assim, dentro do PS, foram muitos os aplausos no Hotel Altis à união em torno de Pedro Nuno Santos, E há união nas críticas mais fortes a Marcelo Rebelo de Sousa.
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