No discurso de abertura do segundo dia de congresso, Carlos César já tinha dado o mote: depois da despedida de António Costa na sexta-feira, é tempo de virar a página e de o PS deixar de vez a liderança ‘bicéfala’. Mas quando subiu ao palco para o seu primeiro discurso enquanto secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos “encerrou o capítulo” de Costa, ainda que com a preocupação de o defender com unhas e dentes. Não só pela ideia de “continuidade, confiança, segurança e estabilidade” que quer levar consigo, mas também, e sobretudo, pela defesa da sua própria obra enquanto governante, tanto na TAP (que está a dar lucro), como na CP e na habitação, arrumando os “erros” do passado com a ideia de que só não erra quem não faz.
Num discurso virado para dentro ("amanhã" apresentará prioridades e medidas concretas para o país, prometeu), Pedro Nuno Santos defendeu os oito anos de governação de António Costa, divididos por três governos, afirmando que as “reformas silenciosas” e as “mudanças estruturais” que foram feitas só vão produzir resultados “profundos e duradouros” daqui a “uma meia dúzia de anos”. E ao mesmo tempo que puxou em particular pelas suas áreas de governação, apontou baterias ao “vazio” do projeto de Luís Montenegro, rotulou IL e Chega de radicais e, juntos, apelidou todos de "Velhos do Restelo” que tentam esconder o passado de austeridade indo ao baú buscar uma “recauchutada” Aliança Democrática com mais de 40 anos.
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