Dois dias depois de ter oficializado a demissão do Governo de António Costa, o Presidente da República escreve uma nota em que pede que se eleve a "consciência crítica junto das elites políticas e económicas" para inverter "uma nefasta perceção pública" que os efeitos da corrupção têm em "certos setores de atividade em Portugal".
A nota foi publicada a propósito do Dia Internacional Contra a Corrupção, mas o seu significado não pode ser desligado da realidade do país, sobretudo quando o Presidente da República põe o enfoque nas elites políticas e económicas. Mais, Marcelo Rebelo de Sousa lembra os riscos como “os conflitos de interesses, os financiamentos duplos, a cartelização, ou a ausência de capacidade técnica e de uma cultura organizacional antifraude e economia não-registada” e defende que estes devem ser combatidos a vários níveis seja “legislativo seja operacional”.
Nesta nota no site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa deixa ainda uma palavra de reconhecimento a iniciativas que percorrem o país, com a participação de escolas, universidades, observatórios, centros de investigação e organizações não-governamentais, "mobilizando os jovens para a literacia e a ética sobre a corrupção e a transparência, num reforço do papel da sociedade civil para a melhoria dos alicerces da nossa democracia".
O Dia Internacional contra a Corrupção é celebrado, anualmente, em 9 de dezembro. O objetivo é sensibilizar para o combate e prevenção da corrupção, de modo a mobilizar recursos para a combater, de acordo com uma página governamental. O tema escolhido para este ano é "UNCAC at 20: Uniting the World Against Corruption" (Unindo o Mundo contra a Corrupção) e assinala o vigésimo aniversário da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (UNCAC). Este dia foi implementado através de resolução adotada na Assembleia Geral das Nações Unidas a 31 de outubro de 2003.
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