Há um dia sob ataque do Governo e da diplomacia israelita, após o discurso no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres continua a ser alvo de duras críticas por parte de Israel – que exigiu de imediato a sua demissão –, depois de ter afirmado que os ataques do Hamas “não aconteceram do nada” e que o povo palestiniano “foi submetido a 56 anos de ocupação sufocante”. Palavras que foram interpretadas como uma “desvalorização” ou “quase legitimação” dos ataques do grupo terrorista. Por cá, o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros já se solidarizaram com o secretário-geral da ONU, a esquerda também, enquanto IL e Chega criticam o secretário-geral da ONU e o Chega ate apresenta um voto de condenação no Parlamento e pede a demissão de Guterres. Também diplomatas, antigos ministros, assessores e embaixadores de Portugal nas Nações Unidas ouvidos pelo Expresso admitem que o secretário-geral da ONU defendeu uma posição “equilibrada”, de “bom senso” e “contenção” até no conflito. Mas há quem aconselhe ainda assim mais cautela nas palavras, que em diplomacia assumem “maior peso”.
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