O PS e o Governo costumam perfilar-se alinhados em público, mas marcham com o passo desacertado quando o assunto é a contratação de estrangeiros para combater a escassez, cada vez mais aguda, de efetivos nas Forças Armadas. Enquanto o PS se mostra, pela primeira vez, aberto a “refletir” sobre a possibilidade de a instituição militar ter imigrantes nas fileiras — como acontece em países aliados como Reino Unido, Espanha ou Dinamarca —, a ministra da Defesa, Helena Carreiras, considera que uma medida dessa complexidade “não deve ser equacionada” para resolver os problemas de pessoal. E que mexe com a “cultura” das Forças Armadas.
A ideia já tinha sido suscitada em público, em junho do ano passado, pelo próprio Presidente da República, quando Marcelo Rebelo de Sousa disse, num Fórum de Recrutamento, que os imigrantes devem ser incluídos como “fonte de recrutamento para as Forças Armadas”, algo que deveria ser “natural”. Um mês antes de Marcelo, o Grupo de Reflexão Estratégica Independente (GREI), que junta várias dezenas de oficiais-generais na reforma, tinha lançado um livro a defender a mesma solução, como forma de obterem a nacionalidade portuguesa: “A aceitação de candidaturas por parte de cidadãos provenientes dos PALOP poderia/deveria ser considerada como uma hipótese, face à proximidade histórica e cultural das populações destes países?”, questionavam os generais no livro “As Forças Armadas e o seu Enquadramento Estratégico e Funcional”.
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