Política

Pinto Moreira: deputado a quem PSD retirou confiança política está em duas comissões parlamentares mas “não expressa posição” do partido

Joaquim Pinto Moreira, do PSD, na Assembleia da República, em dezembro de 2022
Joaquim Pinto Moreira, do PSD, na Assembleia da República, em dezembro de 2022
MANUEL DE ALMEIDA

O deputado do PSD Joaquim Pinto Moreira retomou o mandato no dia 29 de maio, dois meses depois de o suspender, após ter sido constituído arguido no âmbito da Operação Vórtex, que está relacionada com projetos imobiliários e respetivo licenciamento na Câmara de Espinho, que liderou

O Grupo Parlamentar do PSD esclareceu esta segunda-feira que o deputado Joaquim Pinto Moreira, a quem foi retirada a confiança política, não expressa a posição do partido “nem no plenário nem nas comissões” da Assembleia da República.

O esclarecimento da bancada social-democrata enviado à comunicação social surge na sequência da notícia do jornal online Observador, que refere que o deputado em causa voltou a integrar as comissões parlamentares permanentes que ocupava antes de o ter suspendido (nessa altura, em coordenação com a direção do partido depois de ser constituído arguido na Operação Vórtex): Defesa, como efetivo, e Saúde, como suplente.

“Todos os deputados do PSD estão adstritos, nos termos da Constituição e do Regimento, a comissões parlamentares. O deputado Pinto Moreira integra comissões em que anteriormente participava a deputada cujo lugar ele ocupou”, indica o comunicado do grupo parlamentar social-democrata.

A mesma nota indica que, “tal como explicado anteriormente pelo presidente do PSD, a retirada da confiança política significa que o deputado Pinto Moreira não expressa, nem no plenário nem nas comissões, a posição política do PSD, pelo que não houve nenhuma alteração neste domínio”.

O deputado do PSD Joaquim Pinto Moreira retomou o mandato no dia 29 de maio, dois meses depois de o suspender, após ter sido constituído arguido no âmbito da Operação Vórtex, que está relacionada com projetos imobiliários e respetivo licenciamento na Câmara de Espinho, que liderou.

Nesse mesmo dia, o presidente do PSD, Luís Montenegro, indicou que o partido decidiu retirar a confiança política a Pinto Moreira, mas que o parlamentar continuaria a integrar a bancada social-democrata "se tiver essa vontade", salientando que o mandato de deputado tem uma componente individual em que o partido não pode interferir.

Montenegro justificou a decisão argumentando que a retoma do mandato deveria ter sido coordenada com a direção do partido - tal como tinha sido a suspensão, pelo que o deputado "deixará de expressar" a posição política da bancada social-democrata.

Dias antes, quando tinha sido conhecida a intenção da retoma de mandato por parte de Pinto Moreira, a direção do PSD afirmou ter sido apanhada de surpresa, negando qualquer articulação prévia com o antigo presidente da Câmara de Espinho, um dos homens fortes de Luís Montenegro na última campanha interna e que chegou a ser vice-presidente da bancada parlamentar e a presidir à comissão de revisão constitucional.

Nas últimas semanas, desde que retomou o mandato e perdeu a confiança política da direção do PSD, o deputado Joaquim Pinto Moreira tem assistido às sessões plenárias na última fila - como já era habitual depois das notícias sobre a Operação Vórtex o terem levado a renunciar à vice-presidência da bancada -, não tendo participado na única reunião do grupo parlamentar que se realizou desde então.


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