Política

Na luta contra a corrupção falta "a prudência que recomendavam os clássicos"

18 dezembro 2022 18:44

Eunice Lourenço

Eunice Lourenço

Editora de Política

andré kosters/lusa

Investigador Luís de Sousa aponta erros na forma como os políticos lidam com a corrupção e defende apreciação prévia dos candidatos a nomeações políticas. Tribunal Constitucional garante que Entidade da transparência está "para breve”

18 dezembro 2022 18:44

Eunice Lourenço

Eunice Lourenço

Editora de Política

“Falta a prudência que recomendavam os clássicos gregos e do Renascimento. Tantos pensadores políticos recomendaram prudência e algum controlo na soberba, porque o poder geralmente leva a alguns exageros.” É simples, o principal conselho que o investigador Luís de Sousa, do Instituto de Ciências Sociais (ICS), dá aos políticos.

Sem querer pronunciar-se sobre o caso Tempestade Perfeita, por só conhecer o que tem sido divulgado pela comunicação social, Luís de Sousa defende uma verificação prévia de idoneidade quando se trata de nomeações políticas. “Fizemos uma análise dos mecanismos de regulação da ética política ao nível dos governos, assim como das práticas de verificação da idoneidade das nomeações políticas, incluindo ao mais alto nível como secretários de Estado e ministros, e esta é praticamente inexistente numa série de democracias”, diz o professor que este mês divulgou o estudo “Ética e integridade na política: perceções, controlo e impacto”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, feito em conjunto com Susana Coroado.