Jerónimo segue tradição do PCP e deixa todos os cargos executivos
Ana Baiao
A seu pedido, Jerónimo de Sousa abandona o Secretariado e a Comissão Política do Comité Central comunista. As tarefas que desempenhou até agora nestes dois órgãos executivos do partido serão agora “redistribuídas”. Há hipótese de mudanças nas cúpulas comunistas, mas sempre submetidas a aprovação do comité central
Sai “de cabeça erguida” e “por vontade própria” dos comandos do PCP, mas Jerónimo de Sousa participou, na noite de sábado, ao Comité Central do partido a intenção de abandonar, não só o cargo de secretário geral, mas também os seus lugares no Secretariado e na Comissão Política do PCP. Foi na noite em que - por unanimidade - foi formalmente eleito Paulo Raimundo como líder do partido e no meio da Conferencia Nacional comunista que Jerónimo comunicou esta sua decisão.
Jerónimo de Sousa à chegada para a Conferência Nacional do PCP com Paulo Raimundo
Esta atitude de Jerónimo, que não é inédita na tradição comunista, representa uma total saída de cena do até agora secretário geral comunista dos órgãos executivos do partido, abrindo lugar a outros no desempenho das tarefas de direção assumidas ao longo dos últimos 18 anos. Tanto Alvaro Cunhal como Carlos Carvalhas, depois de abandonarem a liderança do PCP, ficaram sempre apenas com um lugar no Comité Central. Para Cunhal foi mesmo criado um cargo especial e honorífico, que acabaria logo após a morte do histórico dirigente do PCP.
As novas alterações no Secretariado e na Comissão Política podem implicar a chamada de novos quadros dirigentes a estes órgãos executivos, mas a decisão não está fechada. “A redistribuição de tarefas” terá de ser submetida a apreciação do Comité Central - o órgão máximo do partido entre Congressos - mas, segundo fonte oficial do PCP, ainda não há nenhuma reunião marcada.
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