Advogado, académico e ensaísta, foi ministro do Ultramar no Estado Novo, presidente do CDS e conselheiro de Estado. Presidente da República agradece-lhe “100 anos de vida, obra e serviço a Portugal”. Nuno Melo, atual líder centrista, fala ao Expresso em “personalidade fundamental” e “referencial”
Adriano Moreira morreu na manhã deste domingo. O advogado, académico e ensaísta foi ministro do Ultramar no Estado Novo, presidente do CDS e membro do Conselho de Estado. A 6 de setembro completou 100 anos.
Adriano Moreira no Congresso de 2018, onde foi homenageado pelo CDS
Presidente da República diz que Adriano Moreira foi “tudo ou quase tudo”
O Presidente da República destacou que, “durante 100 anos”, Adriano Moreira foi “tudo ou quase tudo: académico, mestre de civis e militares, lutador pela liberdade e democracia, reformador impossível em ditadura – ainda assim, revogando o estatuto do indigenato –, exilado, regressado, presidente de um partido político [o CDS], vice-presidente da Assembleia da República, conselheiro de Estado”.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou ainda que Adriano Moreira “atravessou dois regimes, andou pelo mundo, deixando discípulos, defendendo a nossa língua, a nossa cultura, a nossa pátria comum – sempre com inteligência, com brilho, com tenacidade, com orgulho transmontano, com orgulho português”.
“Os portugueses, pela minha voz, agradecem-lhe 100 anos de vida, 100 anos de obra, 100 anos de serviço a Portugal”, concluiu o chefe de Estado numa curta declaração a partir do Palácio de Belém.
Líder do CDS fala em “personalidade fundamental dos séculos XX e XXI”
Nuno Melo, atual presidente do CDS, começa por lamentar “profundamente” a morte de Adriano Moreira. “Mas, ao mesmo tempo, acho que o melhor tributo que lhe podemos fazer é recordar o percurso de vida enquanto figura maior do CDS e personalidade fundamental dos séculos XX e XXI em Portugal”, acrescenta, em declarações ao Expresso.
“Uma pessoa que marcou cada lugar por onde passou numa vida cheia de trabalho e serviço, ao nível do pensamento, da visão geopolítica, dos livros, de páginas relevantes enquanto governante, parlamentar e líder partidário, enquanto professor universitário, e também nas Nações Unidas. Todos estes exemplos fazem com que lhe devamos prestar a homenagem que é justa e que nos fica como referencial”, conclui Nuno Melo.
O CDS, a que Adriano Moreira presidiu entre 13 de abril de 1986 e 31 de janeiro de 1988, mudou a fotografia de perfil no Facebook para negro, em sinal de luto.
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