Bispo Manuel Linda critica “sociedades decadentes” que substituem filhos por animais, líder do PAN responde com “abusos de menores”
Inês de Sousa Real, deputada do PAN
SOPA Images/Getty Images
No Twitter, o Bispo do Porto apontou para uma mensagem divulgada no site da sua diocese, que critica a “desgraça” de quem “troca a humanidade pela animalidade”. Inês de Sousa Real não demorou a reagir, atirando com os abusos sexuais de menores na Igreja Católica
O Bispo do Porto, D. Manuel Linda, manifestou-se na quinta-feira contra as famílias que substituem filhos por animais de estimação, falando em “sociedades decadentes”. No Twitter, o bispo portuense apontou para um texto divulgado no site da sua diocese intitulado “Laços”, que critica a “desgraça” de quem “troca a humanidade pela animalidade”.
“Todos os contactos e relacionamento criam especiais laços de amizade. Mas os laços de sangue entre pais e filhos possuem uma tal força que nada os desfaz. Nunca os substituamos pelo apego a um qualquer animal de estimação, típico das sociedades decadentes”, escreveu D. Manuel Linda na sua conta da rede social.
Para Inês de Sousa Real, a Igreja Católica também deve assumir “responsabilidade” na construção de uma sociedade que respeite todos os seres vivos. “Os laços de amizade que unem o ser humano aos animais nada têm de decadente! Já os abusos contra menores tipificam o de mais abjeto que há em sociedade”, atirou a líder do PAN.
Afirmando que teve uma educação católica, Sousa Real invocou S. Francisco de Assis para dar exemplo de um defensor de todos os seres vivos na Igreja: "São inúmeras as citações de S. Francisco que apelavam à compaixão e respeito pelos animais, enquanto elementos da criação. Mas perante as palavras do Bispo do Porto, é mesmo pertinente recordar que ‘Onde há amor e sabedoria, não tem temor e nem ignorância’ ”, insistiu.
Esta não é a primeira vez Sousa Real ataca a posição da Igreja Católica sobre o tema. Em janeiro, o Papa Francisco criticou os casais que “não têm filhos”, mas “têm dois cães ou dois gatos”, defendendo que renegar a maternidade/ paternidade “retira a humanidade” à sociedade. E na altura, a deputada do PAN considerou que a declaração do Papa era “lamentável” e que adotar uma criança ou animal é sempre um “ato de amor”.
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