É como se não houvesse guerra. O orçamento da Defesa cresce 5,4% em relação ao previsto para 2022, mas é à custa de investimentos que têm uma taxa de execução incerta e baixa. As despesas para a “aquisição de bens e serviços” voltam a sofrer cortes, agravados em ano de inflação e de aumentos dos combustíveis. Ou seja, a operacionalidade dos ramos pode ficar ainda mais curta.
A guerra na Europa e o anunciado reforço das despesas com a Defesa em muitos países da NATO não está a ter o mesmo eco em Portugal. Em 2023, o orçamento das Forças Armadas vai continuar a encolher na área mais crítica para Exército, Marinha e Força Aérea: a despesa para a operação e manutenção - que já tinha sofrido um corte no último orçamento - encolhe mais 7% em relação à estimativa de execução de 2022.
Desde 2021, os três ramos militares já perderam €65,4 milhões no orçamento para a “aquisição de bens e serviços”: este corte de 10% em dois anos é ainda mais significativo quando o Governo prevê uma inflação de 7,4% para 2022 e de 4% para 2023, e quando o preço dos combustíveis continua a aumentar.
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