Política

Crise acentua diferença entre câmaras ricas e pobres

25 setembro 2022 8:36

Eunice Lourenço

Eunice Lourenço

Editora de Política

Luísa Salgueiro diz que negociação do Orçamento do Estado é "crucial" para as autarquias

rui duarte silva

Há câmaras com aumentos de custos entre 500 e 1000%. Obras adiadas para pagar contas de luz e gás

25 setembro 2022 8:36

Eunice Lourenço

Eunice Lourenço

Editora de Política

Quando foram eleitos há um ano (a 26 de setembro) os autarcas, como o país, enfrentavam ainda a crise pandémica que os fazia congelar investimentos e/ou desviar verbas para o apoio às populações. Entretanto, enfrentaram um braço de ferro com o Governo sobre verbas para a descentralização. E, agora, estão frente a uma crise inflacionista que, nalguns casos, está a aumentar despesas em mais de 1000%.

“É um problema gravíssimo e é preciso encontrar soluções que minimizem este constrangimento que pode vir a tornar-se incomportável para os orçamentos municipais”, diz ao Expresso a presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), a socialista Luísa Salgueiro. “Sabemos que há autarquias e empresas do sector local com aumentos de custos de eletricidade na ordem dos 650% e de gás em 1400%”, adianta. O social-democrata Hélder Sousa e Silva, presidente da Câmara de Mafra e vice-presidente do Conselho Diretivo da ANMP, dá o exemplo do seu município: aumento de gastos com a energia na ordem dos 500%, com a luz e o gás para escolas e piscinas municipais a pesarem muito nessas contas.