Política

"Falta peso político" e sentido prático ao ministro da Economia, diz Marques Mendes

"Falta peso político" e sentido prático ao ministro da Economia, diz Marques Mendes
SIC

Conselheiro de Estado condena “insensibilidade” do ministro da Educação e aponta problemas ao Governo

Os ministros da Educação, João Costa, e da Economia, António Costa Silva, foram os principais alvos do comentador Luís Marques Mendes, na sua habitual análise dominical na SIC. Ao primeiro acusou de “insensibilidade” por desvalorizar a falta de professores, ao segundo foi mais longe e considerou praticamente que não tem condições para o cargo.

“Falta peso político e falta vestir mesmo o fato das empresas. Era preciso um ministro da economia mais prático", disse o conselheiro de Estado e analista político, ao comentar as medidas de apoio às empresas anunciadas por Costa e Silva na quinta-feira.

“O programa para as empresas é curto. Fica a sensação que tem muito ministro das Finanças e pouco ministro da Economia”, comentou Mendes, que também chamou a atenção para alguns atrasos na aplicação do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), sobretudo no que diz respeito às empresas: “Anunciam-se apoios e depois não chegam ás empresas e às pessoas.”

O conselheiro de Estado aproveitou ainda a oportunidade para chamar a atenção para a falta de apoios a um setor económico e social: as instituições privadas de solidariedade social (IPSS). Depois dos apoios às famílias, anunciado pelo primeiro-ministro, e às empresas, apresentando pelo ministro da Economia, falta um plano para as IPSS, insistiu Mendes, lembrando a importância destas organizações para grupos mais necessitados da sociedade.

Quanto à educação, o comentador salientou os “problemas sérios na diminuição de alunos e professores” e criticou as “barbaridades” e a "insensibilidade" do ministro sobre esses problemas. Adiantou, ainda que de forma pouco confiante, que “a Comissão Europeia instaurou ou ameaça instaurar um processo a Portugal” pela falta de resolução da deslocação de professores.

João Costa, contudo, também teve direito a elogio do conselheiro por ter anunciado que pretende transferir competências para as escolas em matéria de contratação de professores. É preciso, disse Mendes, “transformar esta carreira de novo numa carreira atrativa”.

No seu comentário dominical, Mendes também foi questionado sobre o esperado diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde, que deve ser formalizado esta semana. “É a pessoa certa, mas não é nenhum D. Sebastião”, disse sobre Fernando Araújo e salientando que tem muitas dúvidas sobre este novo órgão de direção executiva.

Quanto à apreciação geral do Governo, o comentador disse que “são polémicas a mais em tão pouco tempo” e apontou as razões: uma mudança de paradigma, que faz com que o Governo que “durante anos distribuiu rendimentos” agora tenham dificuldade em lidar com uma situação em que “não tem dinheiro para dar ou não dá ou o que dá é considerado pouco”; e a existência de oposição como não teve durante 7 anos. O ex-líder do PSD também acha que, na atual situação, aquelas que foram consideradas qualidades do primeiro-ministro, como a habilidade política, se estão a virar contra António Costa.

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