Política

"O que vem aí é mau", avisa Marcelo e aconselha Governo a antecipar a sua "visão" para o próximo ano

Marcelo Rebelo de Sousa
Marcelo Rebelo de Sousa
ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Presidente diz que portugueses não podem esperar pelo Orçamento do Estado para perceber o que o futuro lhes reserva e aconselha Governo a antecipar divulgação do quadro macroeconómico

Três semanas é quanto falta para a entrega do Orçamento do Estado. E é muito tempo. Pelo menos na opinião do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que aconselha o Governo a não esperar todo esse tempo para explicar aos portugueses o que os espera no próximo ano. O Governo talvez ganhasse em explicar as portugueses qual é a visão que tem para o próximo ano", disse o Presidente este sábado à noite, à entrada para um concerto no Coliseu de Lisboa

“O Governo é o primeiro a ganhar em explicar que no fim deste ano ou na viragem do ano que 2023, se continuar a guerra e a inflação, não será um ano parecido com este, não terá o crescimento deste", reforçou o Presidente, que lembrou que o Orçamento do Estado, que tem de ser entregue até 10 de outubro, é acompanhado de um quadro económico. E é esse quadro que Marcelo gostaria que fosse divulgado mais rapidamente.

O quadro macroeconómico com as previsões para 2023 deve, como salientou o PR, incluir dados sobre a inflação, o investimento, o turismo, o consumo ou o emprego. “Isso é muito importante para que os portugueees percebam que, quando o Governo diz que não pode ir mais longe agora, é porque o que vem aí é mau”, avisou Marcelo.

O Presidente foi questionado pelos jornalistas sobre o que pensa em relação às pensões, mas desvalorizou as mudanças, remetendo para o fim de 2023 a sua opinião porque será nessa altura que haverá uma decisão sobre como será o cálculo das pensões em 2024. “Gostaria que se falasse mais é das previsões para o próximo ano”, insistiu Marcelo, que voltou a dizer que as medidas de apoio às famílias são “um equilibrio difícil", como disse logo depois do anúncio do primeiro-ministro.

Virar de página na Saúde

Marcelo voltou também a ser questionado sobre as escolhas para a Saúde. Recusou comentar a escolha de Fernando Araújo para diretor excutivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) por ainda não ter sido formalizada e lembrou que é um competência do Governo em que não tem de ser ouvido. O ministro da Saúde reafirmou este sábado que será divulgado nos próximos dias o nome que vai ocupar este novo cargo, a quem já prometeu autonomia e meios

“Tenho a minha opinião ou teria a minha opinião sobre a solidez da equipa, mas penso que o que os portugueses esperam é que seja um virar de página, aceitando o que houve de positivo no passado, sobretudo no combate à pandemia e o esforço de recuperação depois da pandemia”, afirmou o Presidente, que deu ontem posse aos novos secretários de Estado. E rematou: “Mas os portugueses querem mais, anseiam por mais em relação ao SNS."

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